25 de junho de 2011


21 de junho de 2011

Solstício de Verão


É o dia mais comprido do ano. A noite mais pequena. 
Um dos meus dias preferidos, de sempre.
Hoje ninguém me apanha em casa.

20 de junho de 2011

"O que as outras pessoas pensam de ti não te diz respeito."

Foi das coisas mais sábias que ouvi nos últimos tempos.

19 de junho de 2011

walkabout

Tenho andado a passear por outros trilhos. E parece que isto às vezes não é só uma questão de comprar uns sapatos novos; às vezes, optar pelo caminho menos óbvio, mais sinuoso ou esburacado, pode resultar na surpresa maravilhosa de se chegar a um sítio novo e lindo. O contrário também pode acontecer, mas tenho vindo a descobrir que isso é tendência para quando se anda numa linha de pensamento mais para o negativo.
Assim, com um sorriso de feliz (que ando), sobre umas plataformas de 15 centímetros (que adquiri e adoro), e por um caminho cheio de curvas (atrás das quais existe sempre uma boa surpresa, nem que seja uma papoila), vou caminhando pela nova vida que criei para mim.

10 de junho de 2011

Óia!

O Engenheiro José Sócrates vai um ano para Paris, estudar Filosofia.
Assim está bem. Enquanto o Ex Primeiro Ministro Islandês vai ser julgado por negligência, o nosso Ex vai curtir a vida parisiense, e diz que vai estudar.
Gostava de saber se o curso de Filosofia é do mesmo género do outro, o de Engenharia. Se for, peanuts Engenheiro...

8 de junho de 2011

Bronca pós eleitoral

   A Eurodeputada Ana Gomes comparou o Doutor Paulo Portas ao alegadamente-porco-Strauss-Kahn. Acho um bocado grave. A bem da verdade, acho de uma bestialidade impressionante por parte da senhora fazer este tipo de acusações. Em qualquer altura do ano, mas principalmente no rescaldo das eleições. Soa a ressabianço.
   E agora tudo pode acontecer... 
   Será que o Dr. Paulo Portas reage sob forma de um mega processo por difamação? Ou age numa de superior e a ignora? A senhora é pessoa para ficar puta da vida com a segunda hipótese.
     

5 de junho de 2011

Eleições III

Ai Peter Steps Rabbit, Peter Steps Rabbit...

Não sei do que tenho mais medo; se de ti, ou se por ti.

Eleições II

Sócrates tem mais encanto
Na hora da despedida.

Eleições I

A possibilidade de ter havido uma abstenção até aos 40% é coisa para me pôr os cabelos em pé. Fico impressionada com tamanha percentagem de imbecis. 
Como é que poderemos alguma vez ser respeitados enquanto país, se quando chega o momento de lutarmos pelo direito a ele, quarenta por centro dos seus eleitores revelam tamanha bestialidade? A sério, mais valia invadirem-nos de vez.

1 de junho de 2011

Wish list

     Tirei a tarde para, enquanto trabalhava, arejar e sentir o cheiro desta Lisboa tão boa e tão solarenga. Passei-a quase toda sentada no Quiosque da Catarina Portas, no Príncipe Real. Limonada no ponto (adoro não ter que pedir um pacote de açúcar extra), sombra das árvores do jardim e revistas de arquitectura. Tão bom!
     O Príncipe Real tem uma energia que sempre me espanta. Aquela coisa de pensar, sempre que para lá vou (e vou muito) que adorava viver ali. Só pelas árvores. Aquelas árvores têm qualquer coisa, uma energia estável de quem ali está há muito tempo. Apetece enroscar-me nas raízes delas e esperar que me abracem e me deixem ali ficar a dormitar.
     Deixei-me estar ali umas horas, permiti-me a mim própria divagar pelo meu caderno. E parei de vez em quando, respirei fundo, acendi um cigarro e fiquei a ver passar. Ver passar devia ser considerado um hobby; é das melhores coisas para se fazer. Recostar-se na cadeira, e observar através das lentes dos óculos de sol, as pessoas que por ali passam. E as que por ali param. Ouvir conversas soltas "... ela nunca chega a horas, passo-me com isso...", "Mãe, desculpa, esqueci-me de avisar que vou chegar mais tarde...". Coisas deste género. O miúdo que tira o gelado da mão do pai. O cão que salta para o dono para depois desatar a correr pelo jardim outra vez. As teenagers que se sentam no banco a partilhar os segredos escondidos no telemóvel. Tudo isto é perfeito, arejado pelo vento que passa pelas árvores e nos refresca, enquanto o trânsito se acumula na Politécnica.

     Dali subi o jardim e fui espreitar o Secret Spot da Haagen-Dazs. Fica ali numa espécie de beco chamado  Pátio do Tijolo, que é uma ruazeca que nos leva a um edifício fabuloso, o Palácio Braamcamp. A ideia está muito engraçada; comer um gelado com vista para o Tejo no jardim deste palácio. Como não é muito grande, torna-se muito cosy, e há uma mistura fantástica de pessoas, de todas as idades. A vista vale por tudo, mas como não podia deixar de ser, a minha atenção prendeu-se na fachada daquele Palácio. E na curiosidade do que estará por trás daquelas janelas.
     Viver numa cidade como Lisboa pode ser, para pessoas como eu, ligeiramente sofrível. É uma cidade cheia de edifícios lindos, cheios de história e de valor. Cada rua, cada praça, possuem verdadeiros tesouros históricos. Custa-me imenso passar por eles e vê-los assim, pardacentos, silenciosos, tristes. Abandonados. E pudesse eu, que pagava para mudar isso. 
     Foi assim, sentada com o meu gelado e com os pés enterrados na relva fresquinha, em pura contemplação daquele palácio, que dei por mim a divagar e a compreender que existe uma lista relativamente generosa de desejos que, a serem concretizados, farão de mim (num futuro longínquo) uma velhinha bem feliz. E um deles seria a possibilidade de poder comprar edifícios como este palácio, reabilitá-los, para depois os vender, e deixar que fossem novamente vividos. Assim como uma mãe que cria os filhos para os dar ao Mundo. Sim. Era mesmo isto que eu gostava de fazer.

31 de maio de 2011

Taínhas da vida

Então, estava a conversar com uns amigos que me diziam, deliciados, que tinham comido uma taínha óptima, panada, pescada ali para os lados da cova do vapor. Taííínha?!, guinchei eu, cheia de nojo e já a esverdear.

Desculpem, mas para mim um peixe que é conhecido por comer, literalmente, tudo... é peixe para, se fosse mulher, ser puta. Blheck!

30 de maio de 2011

Outros caminhos

    Que a vida é muito engraçada, já se sabe. Que é irónica, também. Que tem fases injustas que depois são altamente compensadas, igualmente. Mas o melhor da vida são, de facto, os caminhos que percorremos. E os caminhos que percorremos em paralelo com caminhos de outras pessoas, de outras vidas.

    Os caminhos da L. levaram-na, como a tantos outros, para o outro lado do Atlântico, já lá vai mais de um ano. E os nossos caminhos são paralelos, mas quando podem cruzam-se, e é tão bom. 
Nunca testemunhei o crescimento emocional de uma pessoa tão de perto e tão perfeito, como testemunhei o dela. E é de mulher, o caminho que ela percorre. E desta vez percebi que quando temos a energia certa, quando acreditamos no nosso caminho, e quando permitimos que ele se cruze com os de outras pessoas, a nossa vida fica mais rica, e a nossa caixa de sabedoria fica mais cheia.

    A ti, L., obrigada. 

27 de maio de 2011

Eu às vezes precipito-me

O que é uma grande chatice.

24 de maio de 2011

What goes around, comes around











Pela via do costume.

23 de maio de 2011

Ai sim?

O senhor Paulo Campos - PS - diz que o "Sócrates é fixe!".
É, é... É fixe à brava. (Leia-se, por favor, com enorme entoação de ironia e estupefacção com tamanha ridicularidade.)
     Entretanto há uns dias, e ainda a propósito do escândalo de Monsieur FMI (mas não só), li um texto de Ana Margarida Craveiro no Delito de Opinião que me fez pensar novamente na questão do feminino na sociedade actual. Do feminino não, da mulher. Eu digo outra vez: Mulher. 
     Ultimamente tenho-me deparado com situações que me fazem parar para pensar em que ano e em que século me encontro. Não que eu seja distraída a esse ponto, mas esta sociedade tem coisas para lá de sinistras, e a forma como a mulher ainda é vista, e frequentemente tratada, transporta-me para essa dúvida. Podia dizer que era coisa de homens, que são eles que ainda nos olham de determinada forma, e nos julgam de acordo com as suas próprias medidas, mas as mulheres são igualmente injustas para com as suas congéneres. Coisa que muito me espanta. 
     Espanta-me que uma juíza absolva um homem (um médico) de violação. Espanta-me que outra juíza olhe uma mulher nos olhos e lhe diga que, sendo casados, a violação não existiu; para essa senhora, casar é o contrato que permite a um homem ser abusador, e force a mulher à subserviência. E à humilhação. Em pleno século XXI (estamos, mesmo?), espanta-me que este tipo de situações passem em frente aos olhos de uma assistência mundial, que observa, passiva, a ignóbil monstruosidade generalizada. E a facilidade com que se olha para o lado, com que se esquece.

16 de maio de 2011

(ATENCÃO: futilidade) Mas e o que eu adoro a nova campanha da Lacoste?

Adoro? Amo.



... quem tem olho é rei

     Muito ocupada a organizar a minha vida e a curtir a melhor altura do ano. 
    Repito: a melhor altura do ano. Calor perfeito, mais um grau estraga. Praia perfeita a semana inteira, o que é óptimo para actualizar as leituras. Eu tenho um grave problema com as revistas e jornais que compro; não os consigo ler em casa. Consigo com algum sucesso lê-los em esplanadas. Mas onde eu realmente devoro o Expresso, a Sábado, e a Visão e ainda consigo mandar uns excelentes lámirés pela Vogue, pela Elle e pela Parq... é na praia. 
    Absorção profunda de factor 15, de vitamina d e de cultura. Actualização dos últimos acontecimentos. Fico a saber tudo o que se passa por esse mundo fora e por este mundo dentro. E depois juntam-se os gossips e pronto, numa semana sou um poço de conversa para esta próxima (e que se avizinha mais fresca, snif). 
    Fiquei então a saber que o big boss do FMI é mais um a adicionar à lista de PCGTs (Patifes Com Grandes Taras), que o PS está à frente nas sondagens (omg! wtf?!), e que os adolescentes têm vidas duplas. Os meus pais bem podem levantar as mãos para o céu e dar graças a Deus pelos seus dois rebentos, tão sogadinhos, tão pacíficos. Também fiquei a conhecer um bocadinho melhor a mulher de armas por trás da ModaLisboa (Parq). Digo desde já que quando for grande quero ser assim como ela, decidida e cheia de ideias e de opiniões. 
     E como sou uma miúda relativamente previsível acabei o Domingo no Out Jazz a ouvir Guida de Palma e a por a conversa em dia. Com meio mundo, que aquilo estava à pinha. Saí de lá eram quase nove da noite. (E esta é a ultima vez que abordo o tema Out Jazz que ninguém me paga para tanto. Mas que é bom, é. E que se está bem, está(-se tão bem!). E que transforma qualquer neura de Domingo, transforma. Queres ser feliz ao Domingo? Vai ao Out Jazz. Qualquer coisa assim.)


I know you may not want to see me
On your way down from the clouds
Would you hear me if I told you
That my heart is with you now

She's only happy in the sun
She's only happy in the sun

Did you find what you were after?
The pain and the laughter brought you to your knees
But if the sun sets you free, sets you free
You'll be free indeed, indeed



B.H.

8 de maio de 2011

the pursuit of happiness #3


Tenho sérias suspeitas que o Out Jazz foi das melhores iniciativas de sempre.

Não me apeteceu levar a máquina desta vez. A imagem é daqui.

5 de maio de 2011

LAGA


Andei às voltas pela Internet com o meu lado humano. Quer isto dizer que volta e meia, e através do Architecture for Humanity, acabo a explorar outros sites e marcas humanitárias. E dei com a Laga Handbags. 
A Laga é uma empresa americana de descendentes Indonésios, que, após o tsunami de 2004 sentiram que deviam fazer o máximo possível no sentido de ajudar a terra das suas origens, e, naturalmente, as pessoas que lá vivem e que precisavam de muitas mãos dispostas a ajudar. Assim nasceu a Laga, uma empresa de tão notável expansão como originalidade. 
Adorei as carteiras, os sacos, os acessórios. Não são todos os saldos bancários que permitem adquirir uma destas, mas são ligeiramente mais acessíveis que uma B&L ou uma LV. São feitas à mão (cada peça demora em média um dia a ser confeccionada), os padrões são fabulosos, e o seu valor reverte a favor das mulheres que as fabricam (recebem um ordenado médio e a Laga ainda se responsabiliza pelas rendas das casas das suas funcionárias). Como vêem, há males que vêm por bem, que é como quem diz, comprar uma destas não pesa na consciência da mesma maneira que outras compras menos... humanitárias, digamos assim.
Podem ver o site da Laga aqui.

4 de maio de 2011

THIS is what happens when I worry too much - a saga

Ora bem.
Depois de três conversas com pessoas totalmente distintas (mas todas muito importantes para a minha vida) em que o assunto foi comum - emigrar - dei por mim, às dez da noite, com: 

Creme de Alho Francês e Espinafres
Strogonoff com Salada de Cebola Frita
Salada de Manga
Bolo de Iogurte e Pêssego (ao quadrado - ou seja, dois)

Tenho que parar com isto. Ou então, mais vale investir num restaurante.
Não vou tirar fotografias desta vez, senão não tarda nada isto transforma-se num blog culinário.


3 de maio de 2011

Já agora...

Após o espectacular momento em que o nosso Prime, Eng. (?) José Sócrates, falou ao país (falou, falou, e pouco disse), estava aqui sentadinha a ver a Sic Notícias a dissecar as suas palavras, e eis que leio o seguinte em rodapé:

AJUDA A PORTUGAL
Primeiro-Ministro agradece empenhamento do Ministro das Finanças e de todo o Governo.

Ai sim?! Ai agradece? Nós também devíamos agradecer o empenhamento com que eles nos... empenharam?



Significado de Empenhar

v.t. Dar em penhor; hipotecar.
Impelir, obrigar.
Empregar ou aplicar com toda diligência.
Arriscar: empenhava a vida em jogo perigoso.
V.pr. Contrair dívidas demasiadas, dando penhor.
Ter empenho ou interesse no êxito de alguma coisa.
vi aqui. Mas podem consultar os dicionários que quiserem que não difere muito.

E esta é perfeita para os monstros que andam por aí...

2 de maio de 2011

THIS is what happens when I worry too much





Cozinho descontroladamente. E depois como. Descontroladamente, claro está.


1 de maio de 2011

A minha alma está parva

Com a parvoíce, estupidez, arrogância, imaturidade alheias. 
Honestamente? Olhem-me nos olhos e digam o que têm a dizer. Ou olhem-se ao espelho e tentem perceber o que é que se passa aí dentro.
A vida já é uma cambada de erros, de complicações, de lixa-aquele-que-eu-lixo-este, de tragédias e dramas incontornáveis. Se nos pomos a complicar, somos uns infelizes.

Pronto, e com este desabafo surge a primeira etiqueta deste blog. Eu andei a adiar, mas como disse uma blogger que para aí anda, é a vida que alimenta o blog, e neste momento a vida está a puxar-me para estes lados. Que fazer?
Ah, já sei. Manter-me na minha, continuar a perspectivar apenas o perspectivável e mandar psicologicamente à fava aqueles que por razões desconhecidas preferem contribuir pela negativa para o estado geral das coisas.

E nos intervalos, vou até ao OutJazz que é sempre muito bom para arejar a pevide. Hoje esteve chuvoso (munta midade) mas valeu a pena. Aconselho a todas as alminhas. Para a semana não sei quem lá pára, mas hoje os soulbizness puseram muita gente a dar ao pé debaixo de chuva. A mim, inclusivamente. My eyes turned to rainbows.

É o que acontece quando o Universo conspira a nosso favor

Mesmo quando parece o contrário.

Foi no primeiro jantar em casa da F., na passada terça-feira, que me apercebi disto. Andei com as coisas na cabeça até elas entrarem numa ordem muito própria; normalmente (e estranhamente) os fins-de-semana são acusadores dessa ordem.
A F. ia falando e ia contando os últimos acontecimentos com o homem por quem está apaixonada à três anos. Ela está apaixonada, ele é cobarde. No meio da cobardia dele, no entanto, algo mudou nos últimos tempos. E apesar de não ter conseguido partir o muro que ele ergueu à sua volta, a F. continua ali, na esperança que algo mude. Não mudou o que ela tanto queria que mudasse. Ainda não mudou, pelo menos. Mas uma fresta qualquer a F. conseguiu abrir. E dessa fresta resultaram palavras dele para ela que, estranhamente, fizeram todo o sentido para mim.
O Universo tem destas coisas; manda-nos mensagens pelos caminhos mais imprevistos.

Eu e a F. somos tão diferentes que a nossa amizade até é uma dádiva. E no entanto, será destas pequenas coisas que ela se alimenta. No facto de vermos uma ínfima parte do mundo com os mesmos olhos.
Estamos a caminhar para os trinta e as nossas histórias são tão diferentes que acabam do mesmo jeito. Continuamos a viver apaixonadas por aquilo que queremos. A nossa capacidade de amar um sonho e uma forma de estar na vida é imensa, e no entanto, apesar de continuarmos a lutar por isso, ainda não chegámos lá. Mas também não desistimos.

Por muito que me custe, caminhar pela vida desta forma parece-me ser a forma mais saudável de por cá andar. Continuo a amar a minha capacidade de amar. E não pretendo chegar ao ponto onde tenho visto tanta gente nos últimos tempos. Não pretendo fechar-me numa concha, não quero nem vou deixar o medo de sofrer contaminar a minha entrega. Não vou calcular todos os passos que der, nem vou racionalizar cada pensamento. Crescer e construir uma história significa acrescentar marcas no corpo e na alma, são testemunhos da minha vida e são memórias e lições que cá ficam. Mas não se irão tornar pedras com as quais construirei um muro à minha volta. Como disse Pessoa, "guardo todas, um dia vou construir um castelo". Só assim.
E a mensagem do J. para a F. chegou na altura certa para mim. Pode ser egoísta apropriar-me de palavras alheias desta forma, mas elas foram tão importantes que não consigo pensar de outra forma que não esta. Não existe nada melhor no mundo que estar apaixonada por uma coisa. Por um objectivo. Por um sonho. Por um querer. É essa paixão que me move. E mesmo que, por ela, hajam dias tristes, não faz mal. É muito melhor sentirmo-nos tristes, do que estarmos tão mortos por dentro que nem a tristeza lá tem lugar.

29 de abril de 2011

William & Kate

Caríssimos,

A vossa boda foi um assombro. A sério, gostei mesmo. Mas não consigo assumir o exagero de dizer que se me subiram as lágrimas aos olhos, porque não subiram. Não vos conheço de lado nenhum para me pôr a chorar que nem uma Madalena só porque vocês olham um para o outro muito enlevados e dão beijinhos em público de forma extremamente pudica com um toque de carinho-que-cai-sempre-tão-bem. Amorosos os vossos beijinhos, mas não me lavei em lágrimas.

Já que aqui estamos aproveito para dizer à Kate que isto é tudo uma granda cambada de invejosos, e realmente nunca ninguém lhe facilitou a vida minha querida, a porem-lhe alcunhas miseráveis daquela-que-sempre-espera. Esperou e esperou muito bem que todas nós, nascidas nos míticos oitenta, queríamos casar com o seu maridão e quem ganhou foi a Kate e foi muito bem ganho, assim é que é. 
Mais lhe digo, o seu vestido era um assombro, muito elegante e cheio de charme, e ignore essas línguas que lhe dizem que a sua irmã a ofuscou e lhe tirou o brilho. Becs, becs, becs. A sua irmã é muito engraçada mas a Kate além de ser mais bonita, ia mais bonita. Ignore essa gente toda que não sabem o que dizem. E já que aqui estou também lhe explico. A Pippa está solteira e a Kate não, percebe? É normal que as hormonas masculinas tendam para ali porque têm grande respeito ao Senhor seu marido. Foi só isso. É dos decotes minha querida; apresentasse-lhes um decote e pronto está o baile armado. E depois as hormonas femininas, já se sabe não é? A menina casou com o Príncipe dos Príncipes... Não há milagres. Que nós somos muito umas pelas outras mas depois na hora-do-vamo-vê as línguas afilam, já se sabe.

Outra coisa, William, meu caro. Imagino o peso do fato encarnado onde se enfiou. Eu imagino. Que aquilo entre medalhas e brasões devia ser um pesadelo. Mas querido, para a próxima faça um esforço, beba um Gatorade ou assim, para lhe dar mais energia. Que o menino ia ali curvado que até se me cansava a alma de vê-lo assim meio corcunda.
Mas ia lindo, querido. Lindo como sempre, a sua Mãe ia adorar.

Por último, gostaria só de comentar os vossos convidados. Quase todos impecáveis, claro. Um primor. Um conselho desta humilde fã à Casa Real: chapéus incluídos no mandatory dress code só podia dar nisto. É que bem escolhidos, como foi o caso da Mãe da Noiva, fica um must. Mas depois acontecem acidentes visuais de bradar aos céus, e isso são situações a evitar, meus caros. A evitar.

Posto isto, resta-me despedir e desejar-vos as maiores felicidades. Ainda bem que já estão familiarizados com o Português, que isto senão ia ser uma trabalheira. Muito avant garde da vossa parte.

Melhores cumprimentos.

28 de abril de 2011

Well... hell.

     Não acredito em discussões em que um dos participantes eleva o tom só para elevar a sua opinião à do outro e provar que tem razão. Dou por mim automaticamente em modo mau-feitio e começo a sentir uma dificuldade inerente em dizer aquilo que coerentemente me flui do cérebro.
     Como se elevar o tom contribuísse alguma coisa para o mal-estar geral, gerado pela discussão. Como se nos levasse a algum lado. Como se eu ouvisse melhor.
      Guess what, eu não sou surda.
     Existe em mim uma certa dificuldade em discutir. Eu até gosto de o fazer quando sinto que nos leva a algum lado. Como isso é extremamente raro, hoje em dia fujo das discussões com tal pinta que passo por cobarde. I don't care. At all. E o que me custa é quando sou acusada de provocar uma discussão quando na verdade estava com zero mau feitio e queria apenas uma boa conversa, daquelas esclarecedoras, entre dois adultos que se entendem e se aceitam. Daquelas que acabam com um sentimento de alívio profundo, mundo fora dos ombros e abracinhos. Que saudades que eu tenho dessas conversas. Como eu queria encontrar novamente um ser com quem tê-las.
     Porque no meio disto tudo fico sempre com aquele feeling de-boas-intenções-está-o-inferno-cheio. E eu odeio esse feeling. E porque não consigo concluir se de facto não nos entendemos de todo, ou se foi apenas um mau momento. E agora deixando o já conhecido mau feitio falar, a minha vontade é bater a porta violentamente. Descontroladamente. 
     E não havendo portas físicas, carrega-se com muita força na tecla encarnada. Bye.


27 de abril de 2011

I wish you were the verb to trust

     Quem me dera que, quando apareces, a tua alma viesse descalça, desprovida de qualquer defesa contra o mundo que te rodeia. Seria uma alma mais fácil de abraçar. É como os óculos que usas; são perfeitos para esconder esses olhos de pássaro ferido. Ocultam a única janela aberta para uma alma fugidia.
     Quem me dera que tirasses os óculos, que deixasses esse sorriso invadir-te os olhos, que permitisses um afecto sincero sem que a tua alma se retraísse e fugisse para o canto mais escuro desse corpo.
     Percebes, é que às vezes a minha alma também me dói. Também se protege contra o mundo, também tem medo do que já sofreu. E aos meus olhos também lhes custa acordar em dias tristes, olhar para memórias que os magoam. Mas eu continuo aqui.
    É tão fácil perceber a tua ausência. Nos silêncios do teu discurso, no afastamento do teu olhar, na mudança súbita do teu tom, na brusquidão dos teus movimentos. Uma palavra é suficiente para a tua alma fugir dos teus olhos e desaparecer dentro de ti. Fica aqui, deixa-te estar. Mantém a tua mão na minha, deixa o teu olhar pousado no meu. Respira, e inspira o nosso cheiro, percebe que só cá estamos tu e eu. Se te escondes, se te afastas, manténs à distância a possibilidade de alimento de ti. Prolongas a solidão, afastas a felicidade.
     E assim a minha alma não confia na tua.

25 de abril de 2011

E...


















Estou tão cansada que só consigo fazer uma coisa de cada vez.

21 de abril de 2011

Faça chuva ou faça sol





















É aqui que eu estarei. Arrivederci Lisboa.

20 de abril de 2011

Eu sabia. Eu sa-bi-a!

Ventos de mudança! Tão bom!
Tão mornos e suaves, repletos de cheiros almiscarados. Uma mistura de noz moscada e cravo-da-índia, com um toque de mostarda e canela.

Que saudades que eu tinha de sorrir de forma espontânea.
De ter músicas na cabeça a embalar-me todo o dia.
Sentir a criatividade a borbulhar em mim, a estalar que nem pipocas.
Que bom que é voltar a ter vontade de fazer, de acontecer.
Ânsia de explorar, de conhecer.

Que bom que é ter um novo projecto em mãos.

A vida é tão engraçada.

E eu demorei 27 anos, 7 meses, 4 semanas e 1 dia para perceber isso.

O que significa que provavelmente não serei tão perspicaz como pensava.

19 de abril de 2011

Pele

É uma questão de desconforto. Aqueles dias que se prolongam e se colam uns aos outros de tão parecidos. Em que me sinto uma estranha em mim mesma, como se a minha pele fosse um fato de lycra colado ao corpo. Incómodo, deslocado, limitativo. Não sei como nem porquê, é uma coisa que acorda comigo numa manhã e fica agarrada nos dias seguintes.
Nestas alturas sinto que devíamos ser como as cobras, que se libertam da pele antiga e de todas as energias coladas a ela, que a substituem, renovando-se a si próprias; uma pele sem marcas e sem mágoas.
Como se a pele tivesse direito a um novo começo. Clean slate. O que me parece adequado. A minha pele conta a minha história: é a primeira testemunha das marcas do tempo. Arrepia-se quando é tocada de determinada forma. Sangra quando é ferida. Muda de tom quando mudam as estações. É o meu contacto mais directo com o mundo que me rodeia. Faz sentido que, quando uma mudança se avizinha, a minha pele se ressinta e me faça sentir subitamente que já não o é. Como se eu tivesse de repente crescido e ela já não tem capacidade de me acompanhar. Como se já não me servisse.
Por isso, os dias que precedem esta sensação costumam ser transportadores de mudança. Alteração de vida e de estado de coisas. Sinto-me ansiosa, a minha alma ressente-se e transforma-se numa praia antes da tempestade; as cores mudam, sente-se a electricidade no ar, as águas revolvem e a areia alisa-se com a força do vento. E a minha pele tem muita dificuldade em acompanhar.

18 de abril de 2011

Não se me aguenta...

Dou voltas e voltas à cabeça (aldra!) a pensar o que é que deviam fazer com este ser... Mas não consigo chegar a conclusão nenhuma. Calá-lo é privar-nos de umas boas gargalhadas. Deixá-lo continuar soa a heresia.
Para quem nunca sentiu vergonha alheia, este vídeo é perfeito. Façam qualquer coisa a esta pessoa (?).

17 de abril de 2011

Domingo de Arrependimento

    É que já nem é do álcool, que tenho andado muito contida no que a isso diz respeito, por questões diversas não relevantes para este momento.... Eu é que claramente já não tenho idade para estas andanças.
    São muito poucos os Domingos em que o meu nível de energia é superior a 2 (numa escala 1-10). E irrito-me e digo a mim mesma que tenho que parar de destruir estes dias em prol de um sábado que dura até às quinhentas... A sério, mesmo sem copos, não há nada que não me doa. Perdi a manhã inteira (nem dei por ela tal era o meu estado de inconsciência), e ando para aqui numa dormência que dá dó. 
    Não digo que haja milhões de programas domingueiros que tenho pena em perder. Não há. Mas caramba não tenho força nem para abrir a porta do carro e ir até ao castelo ou ao miradouro sentar-me um bocado a apanhar sol (dizerem-me para ir a pé é porem-me a rir até às lágrimas). O máximo que consigo levantar é o comando da televisão, para rapidamente concluir que o ser cujo ganha-pão é escolher alinhamentos televisivos tem um défice de inteligência que valha-nos-deus (paguem-me a mim para ir fazer isso!!). Mais uma razão para estar em condições para sair de casa ao Domingo... 
    Nem para escrever um textinho em condições eu estou capaz (como se há-de ter concluído ao segundo parágrafo desta beleza).
    

14 de abril de 2011

Hoje disseram-me que isto andava muito paradinho

Mas tenho andado sem grande inspiração. 

Só que............

Hoje foi a Abertura Oficial da Temporada dos Casamentos - yeyyyyy! 
No panic, não sou eu. (Ahhh!) 

Mas isto agora vai ser uma leva daquelas à séria. Só assim num repente, no próximo ano e meio avizinham-se três. T-rês! 
(ai valha-me Deus Nosso Senhor, a minha conta bancária, já de si tão pouco saudável, coitadinha - mas vale a pena. Vale a pena, é por muito boas e grandes causas)
Sim, sim, já sei que existem pessoas para andarem um Verão inteiro em casórios, género quinze no mesmo ano, mas para mim três, dado o estado em que andam as relações nos dias que correm, é um número para lá de bom.

O mais engraçado disto tudo é os sentimentos que isto provoca numa pessoa. (Pronto, lá vem ela chorar-se toda aqui para o blog! - Na, na, não é nada disso!) Quando falo em sentimentos provocados refiro-me à onda de afectos em relação a cada casamento. O nível de especialidade sentimental (isto diz-se?) de cada um.
Eu explico. Por exemplo, porquê hoje, de todos os dias que poderia ter sido, a abertura oficial? Porque hoje fui honrada com o convite para ser Madrinha daquele que é o mais especial de todos os casamentos já marcados. O casamento da M. vai ser evento para ser recordado por muitos e longos anos. Como diz alguém que eu conheço, vai ser ÉPICO. Vai ser aquele onde vou despender mais tempo (e mais lágrimas). Vai ser aquele que vai abanar os meus alicerces, rock my world, essas coisas todas. Vai ter tanto becs becs becs, tanto evento pré-boda, tanta emoção, tanto tudo... que desconfio que vai deixar uma grande sensação de vazio quando eles forem de lua-de-mel. Género "então e agora fazemos o quê?! Podemos ir com vocês?" É, dos três, o casamento número 1. O nível de especialidade sentimental é 10.

De seguida surge o da A. Que por graça do destino foi pedida em casamento vinte e quatro horas (mais hora menos hora) depois da M. Este grupo de miúdas é tão mítico, mas tão mítico, que daqui a uns anos é vê-las dar à luz com apenas algumas horas de diferença. A A. é, tal como a M. uma amiga de sempre. Daquelas que não nos lembramos do dia em que nos conhecemos porque nos conhecemos... desde sempre. Não temos sido muito próximas nos últimos anos, a A. e eu, mas gosto muito dela e é com enorme carinho que a vejo a seguir o seu percurso para a felicidade. Por isso o nível de especialidade sentimental deste casamento é 8. 
(os níveis de especialidade são só em números pares. Eu inventei isto, quem manda sou eu).
A mencionar que estes dois casamentos terão presentes, além do enorme grau mítico associado, amigos E família. A nossa família. Porque as nossas famílias misturaram-se e é fantástico. 

Entretanto, o casamento da N. A N. é uma colega de curso que se transformou numa amiga. E é daquelas amigas que posso estar meses sem ver, que quando nos encontramos é como se não nos vissemos desde ontem. O casamento dela previa-se à largos anos, dado que o casalinho é já um clássico. High School Sweethearts. É mesmo daquelas mariquices para nos por a chorar como madalenas. Não como o casamento da M., mas ainda assim, lágrimas. Graça graça, vai ser ver a N. de vestido de noiva. De tão despachada e prática que é, torna-se difícil de imaginar. O nível de especialidade sentimental aqui varia entre o 4 e o 6. Porque este é um evento onde misturo felicidade com uma grande camada de nervos. Confesso que é um casamento para eu dar por mim numa mesa ao estilo Tirem-me deste filme!, e estou ligeiramente preocupada e de sobrolho franzido com a situação.


Não sei porquê mas desconfio que quando for um amigo homem a casar-se a coisa não vai ser sentida da mesma forma. Esta emoção, este carinho que sinto quando olho para elas, todas radiosas e com um ar tão feliz, de anel no dedo, muito compenetradas a falar sobre isto. Com uma serenidade tão contagiante... É tão fácil sentir-me feliz por elas, é tão bom.
Todos sabemos que o mundo não é cor de rosa. Não é todos os dias que o sol é azul e que os passarinhos cantam. Ninguém aqui se ilude com isso. Mas olhar para elas é reconfortante. Porque têm confiança e força suficiente para acreditar no futuro. E para tentar. Numa altura de vida em que existem cada vez menos pessoas dispostas a partilhar, a entregarem-se, com coragem para dar um passo que é mais do que difícil, este tipo de acontecimentos são coisas para, no mínimo, me darem algo que às vezes dou por mim a perder; esperança. E isso é (como dizem os ingleses) priceless.

9 de abril de 2011

“A transformação é uma porta que só se abre por dentro”

William Shakespeare

E ontem à noite dei por mim a abri-la, devagarinho. Rodei a maçaneta, deslizei e senti o movimento do ar que vinha do outro lado. Timidamente, como quem não deve estar ali, espreitei. E vi o que existe atrás daquela porta. E pela primeira vez, não me assustou. Foi como se eu tivesse espreitado na altura certa, no momento em que estava realmente preparada. 
Já não tenho medo da mudança. Por isso encostei a porta, pendurei a chave ao pescoço e retirei-me para dormir sobre o assunto. E talvez porque a chave me pese assim pendurada, ou porque a mudança começa a puxar a excitação, dormi mal. E hoje tive que ir lá espreitar outra vez.
Está lá tudo à minha espera. Por isso vou fazer aquilo que faço melhor; vou-me organizar. Vou-me preparar. Vou planear de forma a não deixar pontas soltas. E enquanto faço isso, a porta branca continua presente nos meus pensamentos.
Está na hora: vou transformar a minha vida.


It's time to go.

6 de abril de 2011

When a girl is quiet and doesn't say a word, that's when she needs you the most.

aqui

3 de abril de 2011

go with the flow & carpe diem

chega de ansiedades; o sol brilha, o céu é azul e os pássaros cantam.

2 de abril de 2011

FMI

Mau.
Então? Querem que seja eu a chamá-lo?

30 de março de 2011

Ainda não me tinha apetecido mencionar isto

O Primeiro Ministro de Portugal, Engenheiro José Sócrates, demitiu-se do seu cargo no dia 23 do presente mês.

Pronto. Já mencionei.

Genious

O Tolan. Aqui.

29 de março de 2011

   Nunca dei por mim tão pé ante pé. Tão assustadiça. Tão metida comigo própria, com medo que abram uma fresta nesta defesa que construí.
   Tenho dificuldade em compreender se isto é que é ser adulta, ou se é pura cobardia. Olhar para o chão e ver onde é que vou pôr os pés. Proteger-me das pedras no caminho, evitar tudo o que me possa ferir.Nunca dei por mim tão consciente de mim mesma. Tão perfeitamente clara das minhas inseguranças e dos meus pontos fracos.
   E não sei se tenho saudades da menina que abria os braços e se deixava ir de costas, com a segurança de que estava alguém atrás de mim que me segurava antes de bater no chão. Tão pouco consciente da minha própria exposição que ia em frente e levava tudo comigo, sem pensar duas vezes onde é que estava a ir. 
   Mas não quero ser a mulher amarga que não acredita em nada de bom e que sente que não merece o melhor que a vida tem para oferecer. Não quero deixar de viver, por ter medo de viver. Não quero perder, por ter medo de perder. 

Vais pela vida procurando adquirir experiência, tentando não tropeçar em nenhuma pedra que te magoe; convencido de que a sabedoria da idade adulta te protegerá dos erros. E, de súbito, aparece, do nada, um sonho.
Angela Becerra

27 de março de 2011

Caríssima Bárbara Guimarães,

Portugal tem muito pouco talento. Vossa excelência há-de ter talento para muita coisa, mas a bem da verdade não será para aquilo que se viu nos primeiros três minutos do referido programa.
Tipo, posso dizer? Me-nos. Muito menos. A menina parecia mesmo um merengue encarnado com um surto psicótico.

Melhores cumprimentos.

25 de março de 2011

ufaaaaaaa!

    Sou menina para ficar traumatizada com isto, a sério. Mas assim trauma para a vida. 
    A equação amigdalite + (otite x2) é coisa para um número assustador. Repito: assustador. Nem quando me tiraram os cisos, e isso foi um drama lá em casa que nem vos digo.
    Agora isto... isto é coisa para qualquer pessoa se transformar num alucinado por saúde. Assim do género naturalista com psicose para orgânicos associado a vegetariano com tiques hipocondríacos. Do género não-fumo-não-bebo-não-nada. Qualquer pessoa, que não eu.
    Porque no meio disto tudo tenho imenso stress e preciso de um cigarro! Preciso tanto! Oh queria tanto! O não dormir stressa-me. O não falar stressa-me (sim, foi de tal forma que perdi o pio). Mas acima de tudo, a dor alucinante stressa-me. Alucinante. Sim. Muita dor. Sim. 
    Um horror. Vejam lá que dei por mim a olhar para o frasco de acetona e a pensar "se a acetona ajudasse era menina para beber isto tudo". Attention! Já mencionei a febre? Pronto... houve delírio.
   
    Isto tudo para dizer que o Fleming era um génio. Ainda estou para saber como é que se resolvia isto antes dele se esquecer das placas de microculturas (bla bla bla) e ir de férias. Não tenho uma dúvida que se morria disto. Não pesquisei sobre o tema, mas não tenho uma dúvida.
    E just in case, amanhã levo uma segunda dose, para termos a certeza que tudo o que for bactéria aqui dentro morre. Morre, e morre duas vezes.
    Mr. Fleming: no dia 11 de Março foi o 56º aniversário da sua morte. Confesso que a data me passou ao lado. Desconfio que todos os 11 de Março que se seguem, me lembrarei de sua excelência. Obrigadinha, sim?

24 de março de 2011

Last night
Alexander Fleming
saved my life.
I hope.

23 de março de 2011

Adeus a uma Diva

Ao que isto chegou


Facebook: a espalhar boatos desde 4 de Fevereiro de 2004.

Cara vizinha muito velha e muito surda

     Caramba. Já não se aguenta o volume da televisão no máximo. 
    Como se ouvir o Goucha fosse um prazer. Se vê-lo já contribui para o aumento da depressão da população, ouvi-lo é coisa para dar ganas de cortar os pulsos. E como se ouvir as telenovelas da TVI fizessem bem a alguém. Mas pronto. Quem sou eu para opinar sobre conteúdos televisivos e gostos alheios. 
Mas por favor. Por favor. Compre um aparelho auditivo. Ou dois. 
    E nem vale a pena começar a discursar sobre as questões inestéticas do mesmo. Eu sei que a senhora é uma lady. Eu vejo que transborda elegância. Mas convenhamos; nesta fase da vida isso só é relevante q.b. Não estamos propriamente à espera de chegar aos 90 e continuar a usar lentes de contacto, não é verdade?
    Eu sou boazinha. A sério que sou. Mas começo a ter uma vontade súbita de ouvir punk rock às cinco da madrugada. Com o volume no número 10, qual Macaulay Culkin no video "Black or White".
    Depois não diga que eu não avisei.

22 de março de 2011

Mais do que uma fotografia


Há momentos em que adorava partilhar cheiros. 
Mais do que uma imagem, são perfeitos para alterar estados de espírito, para nos fazer sorrir. 
Neste momento em que do lado de fora da minha janela chove, faz sol e há um micro arco-íris... o melhor deste cenário é mesmo o intenso aroma a terra molhada e a flores acabadas de refrescar. 
Adorava poder pôr este cheiro num frasquinho e oferecê-lo a quem mais precisasse. Acho que era coisa para saber tão bem como um abracinho.

21 de março de 2011

É Primavera. E é o dia da Poesia

Eu semeei os meus sonhos no chão que 
agora pisas; 
pisa suavemente, porque estás a pisar 
os meus sonhos.

No dia da Poesia não podia deixar de citar um dos meus autores preferidos, William B. Yeats. Este é um excerto traduzido do poema He Wishes For The Cloths of Heaven. Quando o li senti que havia ali mais do que um pedido; uma espécie de espaço em aberto para uma aproximação cuidada. No fundo, aquilo que todos queremos: Aproxima-te com cuidado, não me magoes, porque aí onde tu estás, já sou eu.
O poema na sua versão original pode ser lido aqui.

19 de março de 2011

Esta é aquela altura do ano em que vou à varanda ao pôr-do-sol e sinto o cheiro maravilhoso a flores de fim de tarde.

A fotografia veio daqui.

18 de março de 2011

Nem consigo descrever o bem que este sol me fez

Esta imagem não é minha. Rapinei-a daqui.

17 de março de 2011

Guava

Não, não estou a falar disto (apesar de ser delicioso):


imagem: http://www.blendcoberturas.com.br


Estou a falar disto:

imagem: guava 

A Guava é o novo projecto de uma antiga colega da faculdade. É uma marca nacional, de uma designer nacional, com qualidade nacional. Disse nacional que chegue? Boa!
A Inês sabe que as portuguesas têm, cada vez mais, o fetiche por um bom par de sapatos. Eu tenho, anyway. E os Guava têm muita graça. 
Dêem uma espreitadela ao site www.guava.pt. E se puderem, um pulinho ao novo showroom.

Todos os dias suspiro por isto



in: http://www.facebook.com/pages/Inspiring-Moments/166880013352553

16 de março de 2011

Tenho mais uma dúvida (lamento, mas ando assim)

Vocês desculpem esta história de estar constantemente de dedo no ar.
Mas eu tenho muito tempo livre para pensar na vida e nas coisas no geral. Nomeadamente para ver as notícias e, naturalmente, deprimir um pouco mais. E, mesmo sabendo que a energia nuclear é a energia mais barata, de muito jeito para qualquer país, eu pergunto:

COMO É QUE É POSSÍVEL QUE PERMITAM A PAÍSES COM ACTIVIDADE SÍSMICA COMO O JAPÃO, A CONSTRUÇÃO DE CENTRAIS NUCLEARES?!

Oh-por-amor-de-Deus...

15 de março de 2011

Isto foi qualquer coisa de espectacular

   Hoje o dia deu ares de aproximação à Primavera. Pensei cá para comigo "Finalmente!" e, às seis e meia da tarde, vesti o kit corrida, meti-me no Jomobile e segui para Belém. Ia toda feliz a cantar e a pensar que estava a regressar à recém-adquirida rotina das corridinhas ao fim da tarde.
   Estava precisamente a passar em frente ao Museu da Electricidade quando bam!, começa a chover. Fiquei incrédula. Pensei "NOT HAPPENIIING!". Enfiei na cabeça a postura do pensamento positivo e continuei até ao Altis. 
   Quando lá cheguei, a chuva ainda lá estava.
   Ok, J., pensei eu. Tens duas hipóteses: ou te armas em menina e deixas que a chuva te impeça de correr, ou és uma mulher à séria e sais do carro. E nesse momento, começou a diluviar.
   Meti o rabinho entre as pernas e voltei para casa. Acho que está tudo dito.

   No dia em que os combustíveis começam a escassear nas estações de serviço, foi de facto uma sensação espectacular sentir que só fui a Belém estoirar gasóleo.

Estou sem palavras

14 de março de 2011

Parece que já estou a ver...

... tudo a desistir do ginásio e a fazer-se sócio do Clube de Golf da Belavista. Maravilha.


Posso sugerir ainda o Clube de Golf do Paço do Lumiar e da Quinta da Beloura.

13 de março de 2011

Em resumo...

1. A Manif
Lindo de se ver:
Tanta gente a manifestar-se. Eu não fui, mas não fiz falta.
Não tão bonito:
Os canais nacionais de televisão passaram a notícia daquela que terá sido uma das maiores (senão a maior) manifestações desde o 25 de Abril, para terceira e quarta posição no alinhamento dos telejornais. Espectacular. Assim é que é.
O Senhor Engenheiro nem piou. Bolas. Aposto que ainda havia em alguns a esperança de que ele fosse um tipo decente. E agora? Já perceberam?

2. A Meo
Cheguei este fim de semana a uma conclusão que (espero) outros já terão chegado antes de mim - sob pena de ser a única solteira à face da terra. A Meo devia ter uma assinatura mensal para solteiros. Tipo, mega descontos ao sábado à noite: alugue três, pague dois. Nós merecemos, a sério.
(e vá que já estou a fazer publicidade grátEs.)

3. Cinema
Porque a Meo não colabora comigo, lá me adiantei e vi o Tropa de Elite 2. O Wagner Moura é o maior actor brasileiro. É um dos melhores actores do mundo, a sério. Não chega o valor que já lhe dão, na minha opinião ele merecia mais. O filme está top, mas sem ele não tinha gracinha nenhuma. É o meu herói (a seguir ao meu pai, atenção).

4. TVI
A sério... Anjo Meu como novo título de novela psico-deprimente? A sério?!
Tipo... Anjo Mau - Anjo Meu. É que a primeira era tão má que NINGUÉM se conseguiu esquecer ainda. A vossa criatividade também está à rasca, não está?

5. O Facebook
Ai agora querem juntar um milhão de assinaturas no Facebook para demitir o Governo? Realmente, tenho é pena que não se tenham lembrado que queriam demitir o Governo nas eleições. Tinham ido votar numa alternativa. Mas não. Na altura ou votaram nele ou ficaram em casa.

12 de março de 2011

Novas medidas de austeridade

     Ora bem. Confesso a minha ignorância no que respeita a determinados assuntos. Assuntos de estado e política, num mix com economia, são áreas que, de facto, escapam por vezes ao meu nível de interesse e entendimento.
     Não é por mal... é porque realmente as coisas escapam-se-me do cérebro, como a areia se nos escapa por entre os dedos.

     Por isso, assumindo a minha ignorância, eu venho aqui e pergunto: ando há tanto tempo a ouvir que o Governo se devia demitir, a ouvir que o Governo vai cair, a ouvir que o Governo anda surdo e cego e que por isso a sua legitimidade é igual a zero. Que o pack* um é mau, o quarto era imprevisível e é ainda pior.      
     Então... O que é que eles ainda lá estão a fazer?

     Algum entendido neste assunto, por favor, que me esclareça.

* isto sou eu a brincar com o PEC

11 de março de 2011

Um abracinho

para o outro lado do planeta.

7 de março de 2011

6 de março de 2011

A maçã, a maçã

Ai que tudo quanto é acessório e paneleirice para o macbook é assim branquinho e clean, e transborda pensamento elitista de designer cromo-génio-nerd. 
Mesmo espertos estes gajos. Aliciam-nos com aquele plástico fashion-made by Apple. 
Sentimo-nos cool. Hip. Trendy. Top. Assim com um toque very avant garde.

Viram quanta gíria fashion-o-snob consegui escrever neste post? 
A Apple faz isto a uma pessoa.

4 de março de 2011

O (meu) estado das coisas

     Passei literalmente a semana a correr. A responder a anúncios, ir a entrevistas, a corrigir o portfolio, jogging, resolver problemas pendentes (e finais) na faculdade. A ajudar a minha mãe, dar uma mão ao meu avô, acompanhar o meu irmão... 
     Passei a semana inteira num corropio tal que chegava às onze da noite completamente estoirada e nada me fazia mais feliz do que a minha almofada.
     E hoje parei. Hoje não tinha absolutamente nada para fazer, por isso parei. Dormi até tarde, vi um filme, relaxei. E ainda o dia não vai a meio.
     Parar actualmente significa sentir um vazio e uma tristeza tão grandes, que a minha realidade bate-me de frente na cara e quase me dobro em duas com o impacto.

     Continuo a ouvir repetidamente à minha volta, em todas as conversas e em todas as plataformas de comunicação, que o mundo vai mal, o país vai ainda pior. Que os valores do desemprego estão nos píncaros e que não há dinheiro para novos colaboradores. O pessimismo está de tal forma intricado que é uma massa palpável, dura e compacta. Não sei até que ponto não anda meio mundo a aproveitar-se do estado social e económico das coisas para justificar ausência de emprego remunerado. Não sei até quando isto se vai aguentar assim.
   O que eu sei é que se não arranjo emprego depressa esta depressão que anda por aqui a rondar, à espera de uma fresta pequenina na minha armadura para se instalar, não chega mesmo de vez. 
     Não há nada pior que a ausência de uma vida, de uma rotina. Que saudades de me sentir viva, útil e produtiva. Que falta me faz o reconhecimento devido do meu valor e do meu esforço. A compensação real de tantos anos de investimento académico e curricular.

     Como é que é possível que depois disto tudo, e ao fim de tantos anos, eu me veja no mesmo exacto sítio de à dois anos. E de à quatro. Parada no meio do nada, à espera de coisa nenhuma. Com a diferença que hoje, em vez de um diploma na mão... tenho dois.

2 de março de 2011

god-oh-god

Como eu odeio entrevistas de emprego.

28 de fevereiro de 2011

domingo para segunda

Tentei ver os Óscares. Não consegui.
Desisti à passagem do quarto vestido com ares de alforreca.

27 de fevereiro de 2011

domingo

     Gostei muito de ver que afinal os Lisboetas usufruem do Tejo e procuram um estilo de vida saudável. 
     Hoje de manhã havia de tudo um pouco ali para os lados de Belém. Uns a pé, outros de bicicleta. Uns a passo de passeio, outros em sprints. Famílias inteiras, casais, grupinhos, skaters, mães e os seus carrinhos de bebé...      

     Tudo a aproveitar o sol e a vida saudável ao ar livre. Muito bonito de se ver.


     Nunca mais me apanham num jogging a um domingo de manhã. Demasiado cansativo desviar-me de tanta gente. À noitinha é que é bom, quando estão todos a ver as novelas. 

26 de fevereiro de 2011

hoje ouvi esta, e está boa

ele há a profissional encalhada, que é como quem diz desempregada.
e depois
ainda há a encalhada profissional, que é a solteira.

sou as duas. isto merece uma grande bebedeira. coincidência ou não,
hoje é sábado e circula vodka a rodos nos três pisos do lux.

o admirável mundo novo do MacBook Pro


hello baby.

24 de fevereiro de 2011

the pursuit of happiness #2

     Dia lindo, morno, com um sol maravilhoso. Um dia destes pede, implora, por um almoço no Chiado. 
     E claro, o Chiado estava igual a si próprio; cheio de turistas, à pinha de gente gira e bem disposta. Cada esquina, cada esplanada, pessoas por todo o lado. Uma delícia.
    Um Burrito Azteca no maravilhoso Fábulas (qualquer dia perguntam-me se quero juntar-me aos bibelots, de tantas vezes que lá vou) fez maravilhas ao meu estado de espírito, já por si animado com este dia primaveril.


















O Fábulas é um espaço retro com comida biológica deliciosa. Fica na Calçada Nova de S. Francisco.

23 de fevereiro de 2011

the pursuit of happiness #1

E que bem que me soube esta corridinha com o Tejo como pano de fundo.

imagem: http://www.panoramio.com/photo/21597570

the pursuit of happiness #0

A partir de hoje, tudo o que contribua para a minha felicidade e para o meu bem-estar, físico e emocional.

20 de fevereiro de 2011

...

e depois há dias como o de hoje. Em que parece que fui engolida por um buraco negro e passei a fazer parte dele. Toda eu escura.
Vejo meses e meses de busca espiritual a irem pelo cano. Parece mesmo que voltei à estaca zero.

19 de fevereiro de 2011

chuva

     Este está a ser um dos melhores dias de que tenho memória. Estranhamente. 
    Acordei com a chuva a bater furiosamente nos estores, o vento a revolver o ar. Estes dias de vento são os melhores para todos, apesar de ninguém gostar deles. Limpam o ar, lavam os humores, espantam as energias negativas. São os dias que antecedem o bom tempo e a Primavera. E apesar de os sentirmos deprimentes, são importantes para os humores de amanhã, que surgem renovados.
    Foi o primeiro dia, em muito, muito tempo, em que acordei sozinha; a ansiedade não acordou comigo. Tem sido ela a minha companheira dos últimos meses, que me impede muitas vezes de desfrutar dos lençóis brancos lavados e de um bom livro.
    Hoje não.
   Hoje fiquei sozinha enrolada no cheiro a flores do detergente, enquanto devorava um livro. E o livro trabalhou em conjunto com o tempo, limpou as energias, aproximou-me de mim. Esta preguiça que se espalhou em mim foi a melhor companheira deste sábado. Lembrou-me de como é bom parar. E não fazer nada que não me apeteça.

16 de fevereiro de 2011

O momento

     Estava eu sentada no sofá a ver pela enésima vez o delicioso filme "You've got mail". Neste filme, mais velho que sei lá, a Meg Ryan apaixona-se pelo Tom Hanks quando ele até teve o desplante de a levar à falência. Depois de uma série de peripécias que estamos todos carecas de ver, existe aquele momento. 
     Aquele momento. Ele olha para ela, ela olha para ele. Nos olhos de ambos existe um entendimento profundo, aquele entendimento de quem sabe que não existe nem pessoa nem lugar mais perfeitos no mundo, do que aquela pessoa, naquele lugar.
     Pus-me a pensar que nos filmes, depois d'aquele momento, nós sabemos que eles vão casar e ser felizes para sempre. Fiz um rewind à minha vida e percebi que já tive uma catrefada desses momentos: o primeiro beijo, o beijo depois de uma zanga, o abraço depois de meses em continentes diferentes, o reencontro pós-separação... Montes de momentos que se enquandram na perfeição como o-momento-felizes-para-sempre. Já tive mesmo muitos. Sou, por isso, uma miúda cheia de sorte.

     A questão que se coloca então é: se eu ja tive uma boa dose de hipóteses do ser-feliz-para-sempre... o que é que aconteceu? Não me interpretem mal, eu sou feliz. Sou feliz aos bocadinhos, mas sou.
    Mas nenhum dos meus momentos do felizes-para-sempre foi... para sempre. E já muitas linhas se escreveram sobre este assunto, eu sei. Não sou propriamente a primeira das solteiras que se debate nisto. Mas de facto, estes filmes que acabam assim na perfeição idílica começam deveras a irritar-me. Porque eu sei e todos sabemos que depois do momento, eles vão-se chatear porque ele se atrasou. Porque ela foi egoísta. Porque não concordam com o filme a alugar no sábado à noite. Todos os casais têm disto. Aquele casal pipoca do filme não é excepção. 
     Mas inevitavelmente, é naquele momento que fico presa. É àquela felicidade deles que me agarro. Não necessariamente aos berros e a puxar os cabelos enquanto me pergunto "porquê?! porquê?!". É porque não percebo a realidade simples de pessoas que, como eu, tiveram tantos momentos como aquele, e que no final não foram suficientes para que as duas pessoas que o viveram ficassem juntas. É coisa que até hoje, por muito que tente, não compreendo. Porque o-momento-felizes-para-sempre, quando acontece, tem uma força que move montanhas. Como é que tem essa força toda, para depois não ter força para resistir? Para durar?