29 de abril de 2011

William & Kate

Caríssimos,

A vossa boda foi um assombro. A sério, gostei mesmo. Mas não consigo assumir o exagero de dizer que se me subiram as lágrimas aos olhos, porque não subiram. Não vos conheço de lado nenhum para me pôr a chorar que nem uma Madalena só porque vocês olham um para o outro muito enlevados e dão beijinhos em público de forma extremamente pudica com um toque de carinho-que-cai-sempre-tão-bem. Amorosos os vossos beijinhos, mas não me lavei em lágrimas.

Já que aqui estamos aproveito para dizer à Kate que isto é tudo uma granda cambada de invejosos, e realmente nunca ninguém lhe facilitou a vida minha querida, a porem-lhe alcunhas miseráveis daquela-que-sempre-espera. Esperou e esperou muito bem que todas nós, nascidas nos míticos oitenta, queríamos casar com o seu maridão e quem ganhou foi a Kate e foi muito bem ganho, assim é que é. 
Mais lhe digo, o seu vestido era um assombro, muito elegante e cheio de charme, e ignore essas línguas que lhe dizem que a sua irmã a ofuscou e lhe tirou o brilho. Becs, becs, becs. A sua irmã é muito engraçada mas a Kate além de ser mais bonita, ia mais bonita. Ignore essa gente toda que não sabem o que dizem. E já que aqui estou também lhe explico. A Pippa está solteira e a Kate não, percebe? É normal que as hormonas masculinas tendam para ali porque têm grande respeito ao Senhor seu marido. Foi só isso. É dos decotes minha querida; apresentasse-lhes um decote e pronto está o baile armado. E depois as hormonas femininas, já se sabe não é? A menina casou com o Príncipe dos Príncipes... Não há milagres. Que nós somos muito umas pelas outras mas depois na hora-do-vamo-vê as línguas afilam, já se sabe.

Outra coisa, William, meu caro. Imagino o peso do fato encarnado onde se enfiou. Eu imagino. Que aquilo entre medalhas e brasões devia ser um pesadelo. Mas querido, para a próxima faça um esforço, beba um Gatorade ou assim, para lhe dar mais energia. Que o menino ia ali curvado que até se me cansava a alma de vê-lo assim meio corcunda.
Mas ia lindo, querido. Lindo como sempre, a sua Mãe ia adorar.

Por último, gostaria só de comentar os vossos convidados. Quase todos impecáveis, claro. Um primor. Um conselho desta humilde fã à Casa Real: chapéus incluídos no mandatory dress code só podia dar nisto. É que bem escolhidos, como foi o caso da Mãe da Noiva, fica um must. Mas depois acontecem acidentes visuais de bradar aos céus, e isso são situações a evitar, meus caros. A evitar.

Posto isto, resta-me despedir e desejar-vos as maiores felicidades. Ainda bem que já estão familiarizados com o Português, que isto senão ia ser uma trabalheira. Muito avant garde da vossa parte.

Melhores cumprimentos.

28 de abril de 2011

Well... hell.

     Não acredito em discussões em que um dos participantes eleva o tom só para elevar a sua opinião à do outro e provar que tem razão. Dou por mim automaticamente em modo mau-feitio e começo a sentir uma dificuldade inerente em dizer aquilo que coerentemente me flui do cérebro.
     Como se elevar o tom contribuísse alguma coisa para o mal-estar geral, gerado pela discussão. Como se nos levasse a algum lado. Como se eu ouvisse melhor.
      Guess what, eu não sou surda.
     Existe em mim uma certa dificuldade em discutir. Eu até gosto de o fazer quando sinto que nos leva a algum lado. Como isso é extremamente raro, hoje em dia fujo das discussões com tal pinta que passo por cobarde. I don't care. At all. E o que me custa é quando sou acusada de provocar uma discussão quando na verdade estava com zero mau feitio e queria apenas uma boa conversa, daquelas esclarecedoras, entre dois adultos que se entendem e se aceitam. Daquelas que acabam com um sentimento de alívio profundo, mundo fora dos ombros e abracinhos. Que saudades que eu tenho dessas conversas. Como eu queria encontrar novamente um ser com quem tê-las.
     Porque no meio disto tudo fico sempre com aquele feeling de-boas-intenções-está-o-inferno-cheio. E eu odeio esse feeling. E porque não consigo concluir se de facto não nos entendemos de todo, ou se foi apenas um mau momento. E agora deixando o já conhecido mau feitio falar, a minha vontade é bater a porta violentamente. Descontroladamente. 
     E não havendo portas físicas, carrega-se com muita força na tecla encarnada. Bye.


27 de abril de 2011

I wish you were the verb to trust

     Quem me dera que, quando apareces, a tua alma viesse descalça, desprovida de qualquer defesa contra o mundo que te rodeia. Seria uma alma mais fácil de abraçar. É como os óculos que usas; são perfeitos para esconder esses olhos de pássaro ferido. Ocultam a única janela aberta para uma alma fugidia.
     Quem me dera que tirasses os óculos, que deixasses esse sorriso invadir-te os olhos, que permitisses um afecto sincero sem que a tua alma se retraísse e fugisse para o canto mais escuro desse corpo.
     Percebes, é que às vezes a minha alma também me dói. Também se protege contra o mundo, também tem medo do que já sofreu. E aos meus olhos também lhes custa acordar em dias tristes, olhar para memórias que os magoam. Mas eu continuo aqui.
    É tão fácil perceber a tua ausência. Nos silêncios do teu discurso, no afastamento do teu olhar, na mudança súbita do teu tom, na brusquidão dos teus movimentos. Uma palavra é suficiente para a tua alma fugir dos teus olhos e desaparecer dentro de ti. Fica aqui, deixa-te estar. Mantém a tua mão na minha, deixa o teu olhar pousado no meu. Respira, e inspira o nosso cheiro, percebe que só cá estamos tu e eu. Se te escondes, se te afastas, manténs à distância a possibilidade de alimento de ti. Prolongas a solidão, afastas a felicidade.
     E assim a minha alma não confia na tua.

25 de abril de 2011

E...


















Estou tão cansada que só consigo fazer uma coisa de cada vez.

21 de abril de 2011

Faça chuva ou faça sol





















É aqui que eu estarei. Arrivederci Lisboa.

20 de abril de 2011

Eu sabia. Eu sa-bi-a!

Ventos de mudança! Tão bom!
Tão mornos e suaves, repletos de cheiros almiscarados. Uma mistura de noz moscada e cravo-da-índia, com um toque de mostarda e canela.

Que saudades que eu tinha de sorrir de forma espontânea.
De ter músicas na cabeça a embalar-me todo o dia.
Sentir a criatividade a borbulhar em mim, a estalar que nem pipocas.
Que bom que é voltar a ter vontade de fazer, de acontecer.
Ânsia de explorar, de conhecer.

Que bom que é ter um novo projecto em mãos.

A vida é tão engraçada.

E eu demorei 27 anos, 7 meses, 4 semanas e 1 dia para perceber isso.

O que significa que provavelmente não serei tão perspicaz como pensava.

19 de abril de 2011

Pele

É uma questão de desconforto. Aqueles dias que se prolongam e se colam uns aos outros de tão parecidos. Em que me sinto uma estranha em mim mesma, como se a minha pele fosse um fato de lycra colado ao corpo. Incómodo, deslocado, limitativo. Não sei como nem porquê, é uma coisa que acorda comigo numa manhã e fica agarrada nos dias seguintes.
Nestas alturas sinto que devíamos ser como as cobras, que se libertam da pele antiga e de todas as energias coladas a ela, que a substituem, renovando-se a si próprias; uma pele sem marcas e sem mágoas.
Como se a pele tivesse direito a um novo começo. Clean slate. O que me parece adequado. A minha pele conta a minha história: é a primeira testemunha das marcas do tempo. Arrepia-se quando é tocada de determinada forma. Sangra quando é ferida. Muda de tom quando mudam as estações. É o meu contacto mais directo com o mundo que me rodeia. Faz sentido que, quando uma mudança se avizinha, a minha pele se ressinta e me faça sentir subitamente que já não o é. Como se eu tivesse de repente crescido e ela já não tem capacidade de me acompanhar. Como se já não me servisse.
Por isso, os dias que precedem esta sensação costumam ser transportadores de mudança. Alteração de vida e de estado de coisas. Sinto-me ansiosa, a minha alma ressente-se e transforma-se numa praia antes da tempestade; as cores mudam, sente-se a electricidade no ar, as águas revolvem e a areia alisa-se com a força do vento. E a minha pele tem muita dificuldade em acompanhar.

18 de abril de 2011

Não se me aguenta...

Dou voltas e voltas à cabeça (aldra!) a pensar o que é que deviam fazer com este ser... Mas não consigo chegar a conclusão nenhuma. Calá-lo é privar-nos de umas boas gargalhadas. Deixá-lo continuar soa a heresia.
Para quem nunca sentiu vergonha alheia, este vídeo é perfeito. Façam qualquer coisa a esta pessoa (?).

17 de abril de 2011

Domingo de Arrependimento

    É que já nem é do álcool, que tenho andado muito contida no que a isso diz respeito, por questões diversas não relevantes para este momento.... Eu é que claramente já não tenho idade para estas andanças.
    São muito poucos os Domingos em que o meu nível de energia é superior a 2 (numa escala 1-10). E irrito-me e digo a mim mesma que tenho que parar de destruir estes dias em prol de um sábado que dura até às quinhentas... A sério, mesmo sem copos, não há nada que não me doa. Perdi a manhã inteira (nem dei por ela tal era o meu estado de inconsciência), e ando para aqui numa dormência que dá dó. 
    Não digo que haja milhões de programas domingueiros que tenho pena em perder. Não há. Mas caramba não tenho força nem para abrir a porta do carro e ir até ao castelo ou ao miradouro sentar-me um bocado a apanhar sol (dizerem-me para ir a pé é porem-me a rir até às lágrimas). O máximo que consigo levantar é o comando da televisão, para rapidamente concluir que o ser cujo ganha-pão é escolher alinhamentos televisivos tem um défice de inteligência que valha-nos-deus (paguem-me a mim para ir fazer isso!!). Mais uma razão para estar em condições para sair de casa ao Domingo... 
    Nem para escrever um textinho em condições eu estou capaz (como se há-de ter concluído ao segundo parágrafo desta beleza).
    

14 de abril de 2011

Hoje disseram-me que isto andava muito paradinho

Mas tenho andado sem grande inspiração. 

Só que............

Hoje foi a Abertura Oficial da Temporada dos Casamentos - yeyyyyy! 
No panic, não sou eu. (Ahhh!) 

Mas isto agora vai ser uma leva daquelas à séria. Só assim num repente, no próximo ano e meio avizinham-se três. T-rês! 
(ai valha-me Deus Nosso Senhor, a minha conta bancária, já de si tão pouco saudável, coitadinha - mas vale a pena. Vale a pena, é por muito boas e grandes causas)
Sim, sim, já sei que existem pessoas para andarem um Verão inteiro em casórios, género quinze no mesmo ano, mas para mim três, dado o estado em que andam as relações nos dias que correm, é um número para lá de bom.

O mais engraçado disto tudo é os sentimentos que isto provoca numa pessoa. (Pronto, lá vem ela chorar-se toda aqui para o blog! - Na, na, não é nada disso!) Quando falo em sentimentos provocados refiro-me à onda de afectos em relação a cada casamento. O nível de especialidade sentimental (isto diz-se?) de cada um.
Eu explico. Por exemplo, porquê hoje, de todos os dias que poderia ter sido, a abertura oficial? Porque hoje fui honrada com o convite para ser Madrinha daquele que é o mais especial de todos os casamentos já marcados. O casamento da M. vai ser evento para ser recordado por muitos e longos anos. Como diz alguém que eu conheço, vai ser ÉPICO. Vai ser aquele onde vou despender mais tempo (e mais lágrimas). Vai ser aquele que vai abanar os meus alicerces, rock my world, essas coisas todas. Vai ter tanto becs becs becs, tanto evento pré-boda, tanta emoção, tanto tudo... que desconfio que vai deixar uma grande sensação de vazio quando eles forem de lua-de-mel. Género "então e agora fazemos o quê?! Podemos ir com vocês?" É, dos três, o casamento número 1. O nível de especialidade sentimental é 10.

De seguida surge o da A. Que por graça do destino foi pedida em casamento vinte e quatro horas (mais hora menos hora) depois da M. Este grupo de miúdas é tão mítico, mas tão mítico, que daqui a uns anos é vê-las dar à luz com apenas algumas horas de diferença. A A. é, tal como a M. uma amiga de sempre. Daquelas que não nos lembramos do dia em que nos conhecemos porque nos conhecemos... desde sempre. Não temos sido muito próximas nos últimos anos, a A. e eu, mas gosto muito dela e é com enorme carinho que a vejo a seguir o seu percurso para a felicidade. Por isso o nível de especialidade sentimental deste casamento é 8. 
(os níveis de especialidade são só em números pares. Eu inventei isto, quem manda sou eu).
A mencionar que estes dois casamentos terão presentes, além do enorme grau mítico associado, amigos E família. A nossa família. Porque as nossas famílias misturaram-se e é fantástico. 

Entretanto, o casamento da N. A N. é uma colega de curso que se transformou numa amiga. E é daquelas amigas que posso estar meses sem ver, que quando nos encontramos é como se não nos vissemos desde ontem. O casamento dela previa-se à largos anos, dado que o casalinho é já um clássico. High School Sweethearts. É mesmo daquelas mariquices para nos por a chorar como madalenas. Não como o casamento da M., mas ainda assim, lágrimas. Graça graça, vai ser ver a N. de vestido de noiva. De tão despachada e prática que é, torna-se difícil de imaginar. O nível de especialidade sentimental aqui varia entre o 4 e o 6. Porque este é um evento onde misturo felicidade com uma grande camada de nervos. Confesso que é um casamento para eu dar por mim numa mesa ao estilo Tirem-me deste filme!, e estou ligeiramente preocupada e de sobrolho franzido com a situação.


Não sei porquê mas desconfio que quando for um amigo homem a casar-se a coisa não vai ser sentida da mesma forma. Esta emoção, este carinho que sinto quando olho para elas, todas radiosas e com um ar tão feliz, de anel no dedo, muito compenetradas a falar sobre isto. Com uma serenidade tão contagiante... É tão fácil sentir-me feliz por elas, é tão bom.
Todos sabemos que o mundo não é cor de rosa. Não é todos os dias que o sol é azul e que os passarinhos cantam. Ninguém aqui se ilude com isso. Mas olhar para elas é reconfortante. Porque têm confiança e força suficiente para acreditar no futuro. E para tentar. Numa altura de vida em que existem cada vez menos pessoas dispostas a partilhar, a entregarem-se, com coragem para dar um passo que é mais do que difícil, este tipo de acontecimentos são coisas para, no mínimo, me darem algo que às vezes dou por mim a perder; esperança. E isso é (como dizem os ingleses) priceless.

9 de abril de 2011

“A transformação é uma porta que só se abre por dentro”

William Shakespeare

E ontem à noite dei por mim a abri-la, devagarinho. Rodei a maçaneta, deslizei e senti o movimento do ar que vinha do outro lado. Timidamente, como quem não deve estar ali, espreitei. E vi o que existe atrás daquela porta. E pela primeira vez, não me assustou. Foi como se eu tivesse espreitado na altura certa, no momento em que estava realmente preparada. 
Já não tenho medo da mudança. Por isso encostei a porta, pendurei a chave ao pescoço e retirei-me para dormir sobre o assunto. E talvez porque a chave me pese assim pendurada, ou porque a mudança começa a puxar a excitação, dormi mal. E hoje tive que ir lá espreitar outra vez.
Está lá tudo à minha espera. Por isso vou fazer aquilo que faço melhor; vou-me organizar. Vou-me preparar. Vou planear de forma a não deixar pontas soltas. E enquanto faço isso, a porta branca continua presente nos meus pensamentos.
Está na hora: vou transformar a minha vida.


It's time to go.

6 de abril de 2011

When a girl is quiet and doesn't say a word, that's when she needs you the most.

aqui

3 de abril de 2011

go with the flow & carpe diem

chega de ansiedades; o sol brilha, o céu é azul e os pássaros cantam.

2 de abril de 2011

FMI

Mau.
Então? Querem que seja eu a chamá-lo?