31 de dezembro de 2010

Pira-te que já não te aguento!

Este ano de 2010 foi ruim e vai ser até ao fim. Não tinha uma gripe destas à anos. Estou de caixão à cova, se é que me entendem. Adeus planos de passagem de ano, adeus copos, adeus a receber o novo ano a dançar.
Não vai cá haver passas (não tenho a casa preparada para uma passagem de ano de emergência e estou demasiado ko para ir ao supermercado), nem subir a cadeiras (as tonturas meu deus, as tonturas) e muito menos dar beijinhos a toda a gente (só cá estou eu)...
A sério, que 2010 se pire de vez. Que não se repita. Que não lembre a ano nenhum assemelhar-se a este que se vai. E que 2011 me dê tudo a que tenho direito. Porque depois disto, não tenho qualquer pudor em pedir.

30 de dezembro de 2010

Este fim de ano resolvi fazer tudo como manda a tradição, para ver se o próximo ano corre como deve de ser, que para ano mau, chega-me o de 2010 para a história. Não quero mais destes, obrigadinha.

Assim, além das 12 uvas que vão marchar pela minha garganta abaixo no bater das doze badaladas, pretendo também saltar de uma cadeira para o chão com o pé direito em primeiro lugar, dar beijinhos a toda a gente, usar roupa interior azul e... escrever as resoluções! E concretizá-las!

Mas antes disto, porque não pode ser só obrigações, deixo os meus desejos para 2011.

1. Muita saúdinha! Que fartei-me de sofrer com maleitas este ano que passou. Agradeço uma melhoria significativa da minha saúde (física e mental, já agora).
2. Amor amor amor! Não é ser pindérica e romântica, mas a verdade é que o coração serve para isso mesmo, para amar e ser amada. "Use your heart to love somebody", já dizia o outro.
3. Enquanto "investi" em mim nestes dois ultimos anos, vi as carreiras dos que me rodeiam a crescer. E desejei o mesmo para mim. Agora é a minha vez!

E pronto, por aqui me fico. Deixo a todos os que lêem os meus alucinios por extenso um grande abracinho e um beijinho. E desejo que o vosso 2011 seja muuuito melhor que este ano que lá vai!

27 de dezembro de 2010

Hoje li esta:

"A lot of people are afraid to say what they want.
That's why they don't get what they want."

E à primeira, fiquei toda contente que eu não era uma delas. À segunda, concluí que sou. É verdade, raramente digo o que quero. Por pudor. Por vergonha. Por orgulho. Por raiva. Por mágoa. Por achar que não mereço. Por sentir que não vou conseguir.

Mais uma resolução para a lista das dois mil e onzes (é assim que se chamam as resoluções para o próximo ano).

Dizer alto e a bom som (e tom) o que quero. Dane-se. No limite, fico-me pelo que tenho; no melhor, fico mais feliz.

2011 este é para ti

21 de dezembro de 2010

Natal n.º 27

Eu adoro o Natal. Apesar disso, manter este meu espírito de amor, solidariedade, compaixão e paciência desmedidas que me assola nesta época do ano não é fácil. Ando há anos a tentar descobrir porquê, e bingo!, consegui.
A verdade é que existe uma quantidade considerável de pessoas à minha volta que minam o meu o Natal. Que não suportam a época, não têm paciência para árvores, e que numa tarde de compras têm ataques de mau feitio tão grandes que é triste de ver. Triste olhar para eles e perceber que o único espírito que por ali anda é o espírito de porco.
São incapazes de ficar felizes porque apesar de tudo ainda se verifica, nesta época do ano e por parte de muito boa gente, um carinho especial, uma felicidade diferente, um estado de espírito renovado. Não conseguem passear pelo Chiado ou pela Guerra Junqueiro à procura do presente ideal para tal pessoa. Para eles, tudo é obrigação. A árvore (quando existe), os presentes, o jantar e o almoço. E às vezes contagiam-me ligeiramente.

É com grande esforço que me procuro elevar a eles. Rio-me do meu irmão, que me segue pelas lojas com um ar desnorteado do "oh-pá-o-que-é-que-eu-estou-aqui-a-fazer" e do meu pai que rabuja e diz que não precisa de presentes nem de nada. Ralho com a minha mãe que diz que o Natal é para as crianças e como já não há crianças lá por casa, a árvore fica na arrecadação. Abano a cabeça em descrença e avanço pelo Natal dentro, escolho cada presente com carinho - e o que me deixa mesmo chateada é mesmo não encontrar o que achava ideal.
E perco duas horas a fazer a minha árvore, apesar de nesta sala não lhe ter deixado grande espaço de ocupação, mas que mesmo assim brilha ali no cantinho e dá uma luz e um charme mesmo cosy ao meu cantinho.
É Natal. Os que faltam fazem ainda mais falta. E o melhor ainda estará para vir. Mas é Natal.
E é tão bom.

16 de dezembro de 2010

A meet-cute

is a convention of screwball comedies and their heirs, the romantic comedies, the contrived encounter of two potential romantic partners in usual or comic circumstances, a comic situation contrived by the filmmakers entirely in order to bring them together.

fonte: wikipedia

15 de dezembro de 2010

Solidão: a resposta

"you fight all battles that comes in your life successfully...
but... the one that hurts....you haven't won yet..."

Solidão

Faz parte de nós e toda a gente sabe.
Mas quando é palpável ao ponto de ser espessa, densa, áspera, difícil de engolir... dói.

9 de dezembro de 2010

P.J. Black

4 de dezembro de 2010

"hoje é o primeiro dia do resto da tua vida"

E isso podia ser assustador. Teria sido, em tempos. Mas não é.
É absolutamente refrescante, não saber o que vai acontecer a seguir. Ter uma infinidade de possibilidades, voltar a sonhar.

Estes dois anos foram duros, foram um sacríficio extremamente difícil. Implicaram o abdicar de tanta coisa, que abdiquei de mim.
Perdi imenso, e senti muitas vezes que estava a ver o mundo de fora, como mera espectadora, como se não fizesse parte dos acontecimentos. Fiquei para trás, tive que me pôr de lado, vontades e coração ao alto. Era essencial para o objectivo a que me propus.
Não fui compreendida, fui criticada. Por vezes fui inclusivamente esquecida.
E não sei se o meu futuro vai ter tanto disto, como o investimento pressupunha. A conjuntura não é optimista, mas a verdade é que no fundo eu ainda sou.
E valeu tudo a pena. Tudo por aqueles quatro minutos que o dia de ontem me ofereceu. Em que eu era o centro daquela sala, não a observadora, a observada.
Cada momento que perdi, foi compensado ontem. Cada hora de solidão sentida, cada sacrifício.

E a partir de hoje, já ninguém me tira nada. Porque eu adquiri o direito de merecer tudo.

3 de dezembro de 2010

É hoje.

and I feel


fantastic, bombastic, ecstatically astounded!

2 de dezembro de 2010

put it out there

"I'm looking for love. Real love. Ridiculous, inconvenient, consuming, can't-live-without-each-other love."
Carrie Bradshaw.

Eu também.

29 de novembro de 2010

Eu sei a que é que este post vai soar. Vai parecer um redondo esta-miúda-não-tem-mesmo-mais-nada-para-fazer-da-vida. Enganam-se, até tenho. E muito. Assim de repente surge-me a defesa da tese esta semana (SIM esta semana, que é interrompida pelo feriado na quarta). Mas mesmo estando ligeiramente - como dizê-lo? - aflita - vá - com isso de ir prestar-me a uma divina prova de humilhação pública, mesmo assim, não resisto a isto.

Então não é que já sabemos imensas coisas sobre a filha do casal mais piroso de Portugal? Então não é que a Luciana e o Djaló (é assim que se escreve?) decidiram alimentar as nossas almas curiosas com 3 (não uma! três!) fabulosas pistas sobre o rebento que lá vem?! Confere.
- Ora pois que é uma menina (só espero que saia mais à mãe, pelo bem dela, que já vai ter que superar tanto trauma neste mundo)
- O segundo nome começa com V (excluam-se os de bom tom, aposto em Vanessa)
- O primeiro nome... é um mix do nome dos pais. Um-mix-do-nome-dos-pais!

Ora bem, isto é qualquer coisa que roça o absurdo. Caramba os desgraçados amam-se tanto a si próprios e tanto um ao outro que não conseguem poupar a criança desta miséria? Luciana + Djaló é igual a quê??! Alguém me explica? Nossa Senhora do Carmo, do Socorro, da Aparecida, não há santa que salve esta criança?
Eu penso... Luciló? Djalu? Djaliana? Dou voltas à cabeça e só me saltam coisas neste género...
Ó por favor...
Senhores do registo! Não deixem... Proibam... Qualquer coisa!
Devia existir uma entidade que regule nomes que isto é um descalabro.

27 de novembro de 2010

cosy

Fui jantar a casa da M.
Estava extremamente bem disposta quando lá cheguei; esta história de saber que estou prestes a fechar o Mestrado está a trabalhar a favor de três coisas. Uma, estou completamente enérgica, mesmo high em adrenalina. Duas, estou super ansiosa e cheia de nervoso miudinho, o que me põe assim meio aos pulinhos pelo dia fora. Três, estou super feliz.
Por isso, foi neste estado de espírito que me pus ao caminho da casa da M. e do N., nesta sexta-feira fria e cheia de trânsito. E foi nesse estado espiríto que lá cheguei.
A I. e o T. já lá estavam, por isso, depois de tratar da baby, sentámo-nos os cinco a jantar. E estava-se mesmo bem.
Esta coisa de estar com casais tem a vantagem de que nos sentimos sempre assim no meio de um ninho quente e confortável. Entre pessoas que amamos, sem pressões, boas conversas. A desvantagem é que os casais costumam estar em sintonias semelhantes, o que resulta em dares por ti entre o olhar para as paredes e o desfolhar uma revista, enquanto eles arrulham como os pombos, dois a dois. São momentos breves, mas existem. E está tudo bem.
Até porque nestes momentos paralelos, dá para dispersar. E eu adoro dispersar. Sou mesmo boa nisso.
Entre o ter uma ligeira pontada de dor por não estar com alguém ao meu lado (com quem arrulhar), ou as saudades de estar num jantarinho destes, mas estar a dois, dei por mim a lançar um olhar diferente aquelas paredes que nos rodeiam.

Eu adoro a casa da M. É, de todas as casas que frequento, aquela que mais me recebe, a que mais me conforta.
Em casa da M. cheira sempre bem. Há sempre qualquer coisa a ser cozinhada, parece que cheira sempre a bolos. E é cheia de sons e presenças. E é quente. Não há um pingo de desconforto ali. É a casa mais lar que eu conheço, mais maternal. Como se fossemos parte da família. Ou da mobília.
E porque tenho andado num corropio a fechar os últimos detalhes do Mestrado e não tenho ido lá tanto como desejaria (apetece-me ir lá enfiar-me todos os dias), hoje, ao olhar à minha volta, percebi as saudades que tinha. E o bem que me faz aquela casa.

25 de novembro de 2010

agora é que é!

Pronto.
Está marcado a encarnado no calendário o dia em que eu fecho o capítulo onde estou. O dia em que, inevitavelmente, entro também no capítulo seguinte. Está ali, com um círculo bem desenhado, a olhar para mim todos os dias.
Tic-tac cada hora que passa me aproximo mais.
Estou num espectacular estado de nervos. Sou uma bomba-relógio; sinto que estou prestes a desfazer-me em confetis. Estou tão no limite de mim mesma, que consigo identificar cada estímulo nervoso no meu corpo.
Estou cheia de medo do que vem e do que está para vir. Parece a mesma coisa mas não é.

Ah! Ok.

22 de novembro de 2010

Está explicado

Estou solteira porque, a bem da verdade, assusto qualquer um.
Estava eu hoje num chat divino com um tipo que é uma gracinha e ele sai-se com esta:
"Grande nerd que tu me saiste."
Fiquei sem palavras.



21 de novembro de 2010

agora é que é?


in: 100imagens@facebook.com

19 de novembro de 2010

rainy days

Nestes dias os meus sapatos deprimem. Não que não existam por cá pares perfeitos para as chuvas de Novembro; as minhas galochas ficam felicissimas por sairem por aí a chapinhar.
Mas há aqui sapatos que precisam de sair, de verem e serem vistos. Que estão mortinhos por dar o ar de sua graça, que só tem graça numa sexta à noite. E agora parece que os fins de semana estão fadados pela água.

15 de novembro de 2010

Devagarinho, peça a peça

Estava sentada no chão da minha sala a tentar salvar um vaso e um cinzeiro que presenteei a mim mesma numa viagem a Marrocos, e que o meu gato fez o favor de partir.
A fúria da quebra daqueles dois objectos-lembrança já me tinha passado. Sentava-me agora, muito paciente, com o tubo de cola (cientistas ao tecto) e aplicava-me para juntar os cacos, transformá-los na sua forma original. Olhando para o meu cinzeiro e para o vaso pensei que a vida também é isto: volta e meia parte-se em cacos que nos esforçamos para colar da melhor forma possível. Nem sempre fica perfeito. Ao estatelarem-se no chão, soltam-se dos pedacinhos outros micro-pedacinhos que já não conseguimos juntar a este puzzle, e ele fica assim meio imperfeito e incompleto. Tal como nós.
À medida que colava as peças umas nas outras, a cola a ser absorvida pela argila, a escorrer-me para os dedos, comecei a perceber que a coisa não estava a correr muito bem. Os bocados não acertavam, os cacos eram demasiado finos e desfaziam-se. E as peças iam ficar defeituosas, as marcas iam ficar ali a lembrar-me daquela queda. Ponderei se ainda teriam a graça antiga, se não valia mais deitá-los fora e substituí-los por outros.
Mas a verdade é que quanto mais pensava nisso, mais os meus bibelots me lembravam de mim, mais me identificava com eles. Tal como eu, eles tinham as marcas da queda. E sim, nunca mais seriam os mesmos. Mas a essência deles estava lá. A viagem a Marrocos. As lembranças. O quanto eu gostava deles, de os ver ali.
Tal como eles, também eu sofri quedas. Algumas brutais. Mas fui-me colando, devagarinho, peça a peça. E ficaram os vestígios desses momentos. E a cada dia, vão-se juntanto cada vez mais. Nós somos o que vivemos, e não queremos ser deitados fora só porque já temos algumas marcas. Sim, algumas podem ser menos bonitas. Mas são nossas. São o que nos distingue, fazem de cada um de nós um bocadinho mais especiais. E a bem da verdade, acaba por ser o que amamos uns nos outros.
Não deitei fora o meu vaso e o meu cinzeiro. Ficam comigo. Agora além de me lembrarem aquela viagem, lembrar-me-ão também que por muito difícil que seja, é sempre possível juntar os pedacinhos que restaram. E continuar.

14 de novembro de 2010

I'm not home, but my shoes are. Leave them a message.

Esta era a mensagem de voice mail da lovely Carrie Bradshaw.
À primeira vista soa fútil, mas na verdade a Carrie passa a mensagem... Só quem está nos nossos sapatos é que sabe.

Este blog teve que levar uma volta. Mudou de nome, mudou de look. A essência é a mesma, porque a essência sou eu.

12 de novembro de 2010

A mais importante descoberta de todas

Andei tanto tempo a tentar ser perfeita
que me esqueci de ser... eu.

9 de novembro de 2010

(des)equilíbrio

Há fases na vida em que existe uma linha invisível riscada no chão, a giz. No exacto sítio onde nos encontramos. Essa linha é uma marca, uma fronteira, o limite entre o cá e o lá.
E nessa fase, estamos com uma perna em cada lado. Já não estamos exactamente no lado de cá, que foi a vida que conhecemos até hoje e que sabemos, está prestes a terminar. Uma etapa concluída. Mas também ainda não a ultrapassámos completamente, ainda não entrámos exactamente na outra etapa, ainda não demos o passo para o outro lado.
Estamos no limite entre o visível e o invísivel. No limbo. No espaço pequeno e confuso do meio. Entre os dois.
É uma fase complicada. É difícil, é exasperante. É essencial.

6 de novembro de 2010

Há dias assim


Tenho a certeza que sou eu que ando mais atenta ao que existe à minha volta.
Só pode ser; não começaram, do nada, a existir coisas interessantes a cada passo que dou, a cada olhar meu. Facto é que agora, noventa por cento das vezes que tiro o telefone da carteira é para fotografar, e não para comunicar.
Deixo aqui algumas imagens do mundo que vi hoje. Comunico partilhando, digamos assim.




... com a cabeça nas nuvens.



... verdades que têm de ser ditas.




... podia ser pior.

Encontrei esta exposição genial no Chiado, na Rua Garret. Mais precisamente na entrada para as galerias e estacionamento, ali mesmo ao lado da Gardénia. Tentei com muito esforço fixar o nome do artista que criou esta instalação e do responsável por estes textos, mix de culinária e da vida. Quem me conhece, conhece a minha fraca memória, e não levará a mal. Não me lembro mesmo.

Depois de um grande esforço visual (esta instalação tendia para um nível bastante alto) e de uma ligeira dor de pescoço, segui caminho para me encontrar com uma montra, que grita o seguinte:

Do you have time for life?

A minha resposta é sim e adoro isso. Adoro ter tempo para a vida, ter tempo para viver. É isso, alias, que dou por mim a fazer a maior parte do tempo, enquanto olho e vejo quantos por mim passam tão ocupados com tanta coisa que se esquecem dessa parte. Ter tempo para viver é a melhor coisa do mundo, é a descoberta perfeita. E é extremamente fácil ser feliz assim.

2 de novembro de 2010

Passeio comigo

Ontem passei o dia a passear. Aproveitei a ausência da chuva que assolou este cantinho à beira-mar plantado, aproveitei o meu estado de espírito, e lá fui eu. Sozinha, é certo, mas achei a minha companhia reconfortante, durante a maior parte do tempo pelo menos.
Comecei na praia, percorri a marginal, parei para me sentar e sentir o frio outonal que vinha do oceano. Parei, na verdade, para contemplar o brilho prata que ontem havia naquele mar.
Depois almocei e pus os pés ao caminho, Chiado acima, Chiado abaixo.
Gosto muito de observar, e tenho maior facilidade em fazê-lo quando estou sozinha. Adoro companhia, mas distrai-me deste vicío que eu tenho.
E ontem apetecia-me ter fotografado alguns momentos que testemunhei. Não o fiz por vergonha, por timidez; não consigo pôr-me a fotografar pessoas que estão em momentos como aqueles - tenho a certeza que estragaria a coisa com o meu inocente voyuerismo. Mas há qualquer coisa de tão perfeito nas pessoas que eu vi.
Um casal sentado na escadaria da Basílica, a olhar a rua e a conversar. Foi uma sensação de conforto, olhar para eles. Sentir que se encontraram nos gostos um do outro, no prazer de não fazerem nada juntos, depois de fazerem tanto. O pai que levava a filha pela mão e se ria de qualquer coisa de engraçado que ela tinha dito. E a mãe que os observava sem ser vista, com aquele sorriso de quem gosta do que vê.
Foram alguns minutos perdida neles, que fizeram valer o meu feriado e o meu passeio. Que lhe deram a nota de esperança de que um dia eu vou estar assim, sentada contigo, a fazer o mesmo. Ainda que não saiba quem tu és.

27 de outubro de 2010

Closure

Há males que vêm por (muito) bem. Principalmente quando, à primeira, temos inclusivamente a tendência para achar que não valeu de nada a experiência e o sofrimento. Errado. E é tão bom quando chegamos a este ponto onde eu estou agora; closure.
Dá vontade de sair à rua, abrir os braços para cima e abraçar o fresco da manhã. Apetece gritar "Next!", que esta etapa já está feita, e agora as possibilidades são um conjunto de tantas coisas, um mundo inteiro de exemplos. Deve ser mais ou menos assim que se sente um bebé quando começa a descobrir os cheiros, as cores e as pessoas. É isto que eu sinto; é tudo novo, e fresco e excitante. Sinto-me bem, sinto o sangue nas veias, o excitamento da descoberta. Sinto-me viva.

25 de outubro de 2010

baby, talk is cheap

Vamos ficar juntos para sempre junta-se ao típico adoro-te e ao fazes-me tão feliz, que, adicionados ao sinto-me tão bem contigo e ao não é a minha casa, é a nossa casa fazem com que a defesa feminina, que levou meses, senão anos a erguer-se, caia por terra ao fim de três meses.
Puff, já eras! surge a piscar em letras grandes e luminosas no teu cérebro e sabes que estás perdida(mente apaixonada)...
E nesses primeiros dias flutuas de tal forma que os 8 centímetros que tens debaixo dos pés mal tocam a calçada. Ficas meio tonta, com o sorriso assim sempre de viés no rosto, a condizer com a pele impecável (pois, pois...) e os olhos brilhantes.
Aquelas máximas que andaste não-sabes-quanto-tempo a enfiar na cabeça para não te magoares, frases como Expectativas? Baixaaas... desaparecem para uma caixa perdida nos confins do cérebro.

Mas baby... talk is cheap, e já tens mais que idade para perceber isso.

À primeira, o becs becs becs que tanto te enlevou... desaparece. Se não por inteiro, perto disso. Porquê? Porque fazia parte da caçada, e essa já terminou; fácil ou não, eras a presa, e já estás apanhada.
E de repente, tu, que eras divina e maravilhosa, que tinhas uma inteligência aguçada que te fazia senhora e rainha da sensualidade, passas a ver-te tão cheia de defeitos, que ou ele é o maior génio à face da terra e descobriu em semanas o que ninguém viu em anos... ou algo está realmente errado. E é com ele. Só que tu estás apaixonada certo?
E assim isso vai passando entre as gotas da chuva.
E à primeira dificuldade, ao primeiro grande senão... ele salta fora. Oi? Sim, fora. Quando dás por ti, já ele está a milhas.
Não estou a perceber... Não queria ir viver contigo?
Queria...
Então? E não estava sempre a falar no futuro?
Estava...
Mas já não está.

É mais fácil dares de frente com homens cheios de fobias de relacionamento, do que com estes. São mais raros, disfarçam bem, iludem. São absolutamente mais perigosos. E é assim que as tuas cicatrizes aumentam. E que a tua experiência cresce. É assim que te tornas mais forte. Tiras da vida mais uma grande lição; quem muito fala, pouco acerta.

22 de outubro de 2010

Este é para vocês

Que me dão força e me inspiram com a magnitude das vossas palavras. Que estão aqui, mesmo quando estão ali.
Que acreditam que não existe força maior que aquela que vemos reflectida em nós ao espelho, e que me dizem que vai ficar tudo bem.
Pela metáfora do fósforo no quarto escuro. É assim que eu me sinto, à espera para ver o que a luz me quiser mostrar, na penumbra da vida desconhecida que ainda me aguarda.

Obrigada às minhas amigas. Sem elas (aí sim) eu seria muito pouco.

(A L. enviou-me um email maravilhoso às 12.10pm. A F. enviou-me um email maravilhoso às 12.11pm. Isto é mágico. A mim diz-me que estamos unidas por uma força que poucos compreendem.E a M. Mesmo que isso signifique 3 chamadas telefónicas, quando não é possível um café.)

21 de outubro de 2010

Alguém me disse uma vez que quando se perde tudo, a primeira coisa que se perde é o medo. Que seja então!

20 de outubro de 2010

a friend once said

Continua a ir atrás dessa paz de espírito porque sem ela encolhemos perante o mundo.

Achei que merecia vir para este muro que é o meu blog.

ano velho, resolução nova

Ainda é 2010. Confesso que estou ansiosa pelo novo ano, o que é uma coisa nova em mim.
Mas como hoje sinto o dia como o início de algo novo (já dizia o Sérgio Godinho hoje é o primeiro dia do resto da tua vida), tomei uma decisão. Assim qualquer coisa como uma resolução de ano velho.
Este ano já correu mal tudo o que tinha para correr, vos garanto. Por isso, assumo que com o princípio de uma nova coisa boa, que é o resto deste ano velho, passo a tratá-lo como um novo ano.
O que nem está errado de todo; no calendário celta, o ano termina a 31 de Outubro. Por isso na teoria estou só a antecipar uns dias. Na teoria estou a preparar-me para o novo ano (mesmo que seja no calendário celta e não no calendário cristão - que até tem como base o ano celta, por isso nem estou muito longe da verdade).
A minha resolução passa então, pela procura de uma nova parte de mim. Uma nova J. dentro de todas as J. que me compõem (sim, eu acredito que temos várias de nós, dentro de nós). Assim, é minha resolução uma nova máxima na minha vida: "Deus está nas palavras."
Atravessei a minha ponte. Estou do outro lado! E a partir de agora, vou pensar positivo, vou fazer positivo. Porque as coisas boas que saem de nós retornam como ainda melhores.

19 de outubro de 2010

walk over the bridge

Estou em frente a essa ponte. Só ainda não tive coragem para dar o primeiro passo.
Para a atravessar.

16 de outubro de 2010

Things change, when you're not looking.

É uma manhã de sábado aparentemente igual às outras.
O dia amanheceu fresco. O jardim está cheio de gente, e à porta da igreja reúne-se o tradicional grupo para as fotografias. Na esplanada deste café lisboeta, os rostos dos sábados; o casal jovem que toma um café sobre a capa da Única, os avós que atentamente observam a neta e bebem o galão, famílias que aproveitam o sábado por inteiro. Os rostos sucedem-se, ocupam as mesas vazias, bebem o ar da manhã. São poucos os que, como eu, se sentam sozinhos e observam; é tão bom parar e ver passar.
Talvez por isso eu me sinta privilegiada ali; aparentemente a única que vê as pequenas nuances que existem em cada manhã e que já não se repetem na manhã seguinte. O nevoeiro que hoje demorou mais a dissipar-se. As folhas que já não são verdes. A brisa que as arranca dos ramos e que as espalha pelas cadeiras vazias, que cai em cima de uma mesa para logo ser enxotada para o chão sem um segundo olhar. Estamos ali todos, e ninguém parece aperceber-se que esta manhã de sábado é diferente da última; que o cenário de sempre se alterou.
E são estas pequenas nuances, estas alterações ténues, estes princípios de mudança, que me alimentam a alma. Fazem-me acreditar no futuro e no melhor que ainda está para vir. Relembram-me que, tal como o cenário dos sábados de manhã, também eu mudo todos os dias. Ainda que subtilmente.

15 de outubro de 2010

mas só mais uma vez

Só mais uma volta
Só mais uma volta a mim
Só mais uma volta desta ninguém vai cair
Só mais uma vez que vês que ninguém está aqui
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair

Tempo frio afasta o tempo que nos afastou
Primavera lança o laço que nos amarrou
Tempo quente dá vontade de não resistir
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair

Ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.

Diz-me ao que queres jogar que eu vou querer também
Diz-me quanto queres de mim para te sentires bem
Não te vejo bem ao longe não sei distinguir
Queres só mais uma volta e desta ninguém vai cair

Ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.

Diz-me quanto tens de honesto, quanto tens de bom
Diz-me quantas provas queres, diz-me quanto sou
Já não sinto nada dentro, não sei perceber...
Queres só mais uma volta, desta ninguém vai dizer.

Ainda te sinto a seguir
o rasto que deixo a correr
ainda penso em ti...
pensa em mim,
mas só mais uma vez.

Thiago Bettencourt + Mantha

14 de outubro de 2010

It takes half the total time you went out with someone to get over them

Hoje não chorei. That's a start.


13 de outubro de 2010

Dias a preto e branco

Dei agora por mim a perguntar "porque é que as manhãs são tão difíceis?" e, a bem da verdade, estou a mentir. As manhãs são difíceis porque são tristes; as tardes são difíceis porque parecem infinitas; as noites são difíceis... e dolorosas.

Chega-se aquela idade que a minha amiga I. descreve como a absoluta ansiedade antes da serenidade dos 30. Não sei se os 30 são serenos; ainda não cheguei lá. Mas não me parece que mesmo que já tivesse com o 3 no lugar do 2, isto iria ser menos do que é. Até desconfio que, por muito serena que me venha a tornar, se isto de expectativas falhadas, sonhos adiados (ou perdidos), e lágrimas à beirinha dos olhos, não se transformaria igualmente em dias a preto e branco. Que é como quem diz que a tristeza e a mágoa não diferenciam os dias de sol e os dias de chuva. Que é como quem diz que a tristeza e a mágoa fazem com que me ressinta dos sorrisos alheios.
A M. junta-se à I. e jura a pés juntos que temos que continuar a apostar na felicidade, que esse é o lema de uma vida cheia de experiências, mesmo sabendo que nem sempre essas experiências podem ser as melhores. Verdade, tudo verdade, para quem os dias têm uma paleta infindável de cores.
Mas hoje, como ontem e anteontem, os dias seguem-se uns aos outros e não tenho vontade de continuar. Hoje, as lágrimas continuam à beirinha dos olhos, as saudades aumentam e a alma continua encolhida com a dor.
A entrega não faz sentido, se a ela se seguem dias assim.

12 de outubro de 2010

Sabes que vais ficar bem

no dia em que o telefone toca e o nome dele não dispara a néons na frente do teu cérebro.

E se isso nunca acontecer, podes sempre recorrer a uma lobotomia.

3 de maio de 2010

only in your wildest dreams...

and that's it.

2 de maio de 2010

smile

Smile though your heart is aching
Smile even though it's breaking

21 de abril de 2010

um dia deixo o vazio por preencher

hoje é o dia

31 de março de 2010

o último dia de março

Acordou com o despertador. O toque sistemático interrompeu um sonho que a vai perseguir o resto do dia. A partir desse momento a tranquilidade que procura fica adiada para amanhã.

Vagueia pela casa com o peso na consciência do trabalho que a aguarda, silencioso, em cima da mesa. Acumulam-se folhas... os desenhos não conseguem trazê-la de volta.
À janela, o dia revela-se triste. Seria mais fácil deixar de sentir se o sol aparecesse para a lembrar de que existe vida fora das suas quatro paredes. Mas o dia é um espelho da alma, e o sonho cola-se à memória; fere.

Queria transformar a solidão numa coisa boa, mas continua a ter saudades de alguém que já não existe.

19 de fevereiro de 2010

madrid(e)

o (e) é aquele espaço em aberto do tudo-pode-acontecer...


só quero pirar-me daqui para fora.
nota: se não voltar, é porque lá sou mais feliz hihihi!

PS - aceitam-se dicas e doações para esta grande viagem!

5 de fevereiro de 2010

pergunta du jour

até quando?

16 de janeiro de 2010

"Todos los días la gente se arregla el cabello, ¿por qué no el corazón?"

che

14 de janeiro de 2010

um dia...

piro-me daqui para fora.