Chega-se aquela idade que a minha amiga I. descreve como a absoluta ansiedade antes da serenidade dos 30. Não sei se os 30 são serenos; ainda não cheguei lá. Mas não me parece que mesmo que já tivesse com o 3 no lugar do 2, isto iria ser menos do que é. Até desconfio que, por muito serena que me venha a tornar, se isto de expectativas falhadas, sonhos adiados (ou perdidos), e lágrimas à beirinha dos olhos, não se transformaria igualmente em dias a preto e branco. Que é como quem diz que a tristeza e a mágoa não diferenciam os dias de sol e os dias de chuva. Que é como quem diz que a tristeza e a mágoa fazem com que me ressinta dos sorrisos alheios.
A M. junta-se à I. e jura a pés juntos que temos que continuar a apostar na felicidade, que esse é o lema de uma vida cheia de experiências, mesmo sabendo que nem sempre essas experiências podem ser as melhores. Verdade, tudo verdade, para quem os dias têm uma paleta infindável de cores.
Mas hoje, como ontem e anteontem, os dias seguem-se uns aos outros e não tenho vontade de continuar. Hoje, as lágrimas continuam à beirinha dos olhos, as saudades aumentam e a alma continua encolhida com a dor.
A entrega não faz sentido, se a ela se seguem dias assim.
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