9 de novembro de 2010

(des)equilíbrio

Há fases na vida em que existe uma linha invisível riscada no chão, a giz. No exacto sítio onde nos encontramos. Essa linha é uma marca, uma fronteira, o limite entre o cá e o lá.
E nessa fase, estamos com uma perna em cada lado. Já não estamos exactamente no lado de cá, que foi a vida que conhecemos até hoje e que sabemos, está prestes a terminar. Uma etapa concluída. Mas também ainda não a ultrapassámos completamente, ainda não entrámos exactamente na outra etapa, ainda não demos o passo para o outro lado.
Estamos no limite entre o visível e o invísivel. No limbo. No espaço pequeno e confuso do meio. Entre os dois.
É uma fase complicada. É difícil, é exasperante. É essencial.

1 comentário:

L. disse...

É triste quando perdemos a ilusão, seja ela qual for. Mas daí para a frente, a batalha é exactamente essa: voltar a cair numa outra ilusão, pois só assim a vida tem sentido.

Negar o sonho, caindo no inócuo mundo das não-emoções, está reservado para quem nasceu assim. Ou seja, ninguém.