11 de novembro de 2007

Boa Noite

Acordei no meio da madrugada, quando as brumas pairavam sobre a cidade sem que ninguém desse por elas. Abri a janela, embrulhei-me numa manta e sentei-me no chão.
Frio. Frio.
Nesta hora tudo é limpo, tudo é sossego. O ar é fresco e sabe bem.
Acendo um cigarro, sinto o fumo invadir-me a alma, sinto-me aquecida.
Não sei do sono. Não sei dele...
Nesta hora que não é nada, não é de ninguém, de coisa nenhuma, sinto-me agradavelmente só. Apetece-me sair, explorar a solidão das ruas, todas minhas. Possuo o tempo, possuo o espaço, possuo a noite.
Sinto os seus (e o meus) demónios a passearem lá em baixo, não ouso espreitar para os ver. Desisto da ideia de sair.
Procuro no preto o branco da lua e não a vejo. É a companhia perfeita, mas numa noite de demónios a lua não tem lugar; a lua é das fadas, e esta noite elas não saíram à rua.
Quero fadas...
...

2 comentários:

--- avião de papel --- disse...

shhh.. nao faças barulho as fadas às vezes tapam os olhos às bruxas *

Garcia disse...

"Nesta hora que não é nada, não é de ninguém, de coisa nenhuma, sinto-me agradavelmente só. Apetece-me sair, explorar a solidão das ruas, todas minhas. Possuo o tempo, possuo o espaço, possuo a noite."

Gostei!