28 de fevereiro de 2011

domingo para segunda

Tentei ver os Óscares. Não consegui.
Desisti à passagem do quarto vestido com ares de alforreca.

27 de fevereiro de 2011

domingo

     Gostei muito de ver que afinal os Lisboetas usufruem do Tejo e procuram um estilo de vida saudável. 
     Hoje de manhã havia de tudo um pouco ali para os lados de Belém. Uns a pé, outros de bicicleta. Uns a passo de passeio, outros em sprints. Famílias inteiras, casais, grupinhos, skaters, mães e os seus carrinhos de bebé...      

     Tudo a aproveitar o sol e a vida saudável ao ar livre. Muito bonito de se ver.


     Nunca mais me apanham num jogging a um domingo de manhã. Demasiado cansativo desviar-me de tanta gente. À noitinha é que é bom, quando estão todos a ver as novelas. 

26 de fevereiro de 2011

hoje ouvi esta, e está boa

ele há a profissional encalhada, que é como quem diz desempregada.
e depois
ainda há a encalhada profissional, que é a solteira.

sou as duas. isto merece uma grande bebedeira. coincidência ou não,
hoje é sábado e circula vodka a rodos nos três pisos do lux.

o admirável mundo novo do MacBook Pro


hello baby.

24 de fevereiro de 2011

the pursuit of happiness #2

     Dia lindo, morno, com um sol maravilhoso. Um dia destes pede, implora, por um almoço no Chiado. 
     E claro, o Chiado estava igual a si próprio; cheio de turistas, à pinha de gente gira e bem disposta. Cada esquina, cada esplanada, pessoas por todo o lado. Uma delícia.
    Um Burrito Azteca no maravilhoso Fábulas (qualquer dia perguntam-me se quero juntar-me aos bibelots, de tantas vezes que lá vou) fez maravilhas ao meu estado de espírito, já por si animado com este dia primaveril.


















O Fábulas é um espaço retro com comida biológica deliciosa. Fica na Calçada Nova de S. Francisco.

23 de fevereiro de 2011

the pursuit of happiness #1

E que bem que me soube esta corridinha com o Tejo como pano de fundo.

imagem: http://www.panoramio.com/photo/21597570

the pursuit of happiness #0

A partir de hoje, tudo o que contribua para a minha felicidade e para o meu bem-estar, físico e emocional.

20 de fevereiro de 2011

...

e depois há dias como o de hoje. Em que parece que fui engolida por um buraco negro e passei a fazer parte dele. Toda eu escura.
Vejo meses e meses de busca espiritual a irem pelo cano. Parece mesmo que voltei à estaca zero.

19 de fevereiro de 2011

chuva

     Este está a ser um dos melhores dias de que tenho memória. Estranhamente. 
    Acordei com a chuva a bater furiosamente nos estores, o vento a revolver o ar. Estes dias de vento são os melhores para todos, apesar de ninguém gostar deles. Limpam o ar, lavam os humores, espantam as energias negativas. São os dias que antecedem o bom tempo e a Primavera. E apesar de os sentirmos deprimentes, são importantes para os humores de amanhã, que surgem renovados.
    Foi o primeiro dia, em muito, muito tempo, em que acordei sozinha; a ansiedade não acordou comigo. Tem sido ela a minha companheira dos últimos meses, que me impede muitas vezes de desfrutar dos lençóis brancos lavados e de um bom livro.
    Hoje não.
   Hoje fiquei sozinha enrolada no cheiro a flores do detergente, enquanto devorava um livro. E o livro trabalhou em conjunto com o tempo, limpou as energias, aproximou-me de mim. Esta preguiça que se espalhou em mim foi a melhor companheira deste sábado. Lembrou-me de como é bom parar. E não fazer nada que não me apeteça.

16 de fevereiro de 2011

O momento

     Estava eu sentada no sofá a ver pela enésima vez o delicioso filme "You've got mail". Neste filme, mais velho que sei lá, a Meg Ryan apaixona-se pelo Tom Hanks quando ele até teve o desplante de a levar à falência. Depois de uma série de peripécias que estamos todos carecas de ver, existe aquele momento. 
     Aquele momento. Ele olha para ela, ela olha para ele. Nos olhos de ambos existe um entendimento profundo, aquele entendimento de quem sabe que não existe nem pessoa nem lugar mais perfeitos no mundo, do que aquela pessoa, naquele lugar.
     Pus-me a pensar que nos filmes, depois d'aquele momento, nós sabemos que eles vão casar e ser felizes para sempre. Fiz um rewind à minha vida e percebi que já tive uma catrefada desses momentos: o primeiro beijo, o beijo depois de uma zanga, o abraço depois de meses em continentes diferentes, o reencontro pós-separação... Montes de momentos que se enquandram na perfeição como o-momento-felizes-para-sempre. Já tive mesmo muitos. Sou, por isso, uma miúda cheia de sorte.

     A questão que se coloca então é: se eu ja tive uma boa dose de hipóteses do ser-feliz-para-sempre... o que é que aconteceu? Não me interpretem mal, eu sou feliz. Sou feliz aos bocadinhos, mas sou.
    Mas nenhum dos meus momentos do felizes-para-sempre foi... para sempre. E já muitas linhas se escreveram sobre este assunto, eu sei. Não sou propriamente a primeira das solteiras que se debate nisto. Mas de facto, estes filmes que acabam assim na perfeição idílica começam deveras a irritar-me. Porque eu sei e todos sabemos que depois do momento, eles vão-se chatear porque ele se atrasou. Porque ela foi egoísta. Porque não concordam com o filme a alugar no sábado à noite. Todos os casais têm disto. Aquele casal pipoca do filme não é excepção. 
     Mas inevitavelmente, é naquele momento que fico presa. É àquela felicidade deles que me agarro. Não necessariamente aos berros e a puxar os cabelos enquanto me pergunto "porquê?! porquê?!". É porque não percebo a realidade simples de pessoas que, como eu, tiveram tantos momentos como aquele, e que no final não foram suficientes para que as duas pessoas que o viveram ficassem juntas. É coisa que até hoje, por muito que tente, não compreendo. Porque o-momento-felizes-para-sempre, quando acontece, tem uma força que move montanhas. Como é que tem essa força toda, para depois não ter força para resistir? Para durar?

pensamento de uma geração



fonte: absolutamente desconhecida

14 de fevereiro de 2011

Ao Valentino, deixo esta

"A dress has no meaning 
unless it makes a man 
want to take it off" 
Françoise Sagan

Vestido fora, e a coisa correndo bem, o homem apaixona-se. 
Antes disso, nunca. 
Não se iludam.

13 de fevereiro de 2011

total chaos

     Não, não desatei a ouvir bandas de street punk que nem uma alucinada.
     É o estado da minha casa, mais precisamente do roupeiro e do quarto no geral. Tenho tanta coisa espalhada em cima da cama (1,60m por 2,20m; atenção), que nem consigo dormir lá em cima. O que é um problema, uma vez que não me apetece arrumar nada.
     Porquê, porquê, porquê?!?! Tenho que me deixar rapidamente de dramas no que toca à roupa que visto. Cada vez que se combina uma noite de copos dá nisto. Tendo em conta que tem sido todas as semanas, qualquer dia o meu roupeiro não vai passar de uma caixa vazia e silenciosa, de tantos ataques que tenho a tirar tudo lá de dentro.
     Desconfio que hoje durmo no sofá... ou isso, ou encaracolo-me num cantinho do colchão. 

(...suspiro...)

10 de fevereiro de 2011

hoje de manhã

     Nesta altura do ano já começa a ser possível tomar o pequeno-almoço na minha varandinha com vista para o parque. Pego nas torradas e no chá (hoje, romã) e sento-me lá fora ao sol, enquanto trinco o pão estaladiço cheio de doce de mirtilo.
     O sol está morno, bate-me na cara e nas pernas e é o suficiente para me por logo bem disposta. É de luxos como este que a minha vida se sustenta: a manhã quase primaveril, os pássaros a cantar e o barulho da cidade como pano de fundo. Aqui mesmo ao lado tenho avenidas cheias de movimento e de stress, mas nestes meus três metros quadrados reina uma paz absoluta.
     Absorvo estes momentos como o privilégio que eles são: o facto de ter podido fazer isto quase todos os dias destas semanas de bom tempo, raro em Fevereito. Saber que quando começar a trabalhar isto vai ficar relegado para o fim de semana, que sabe sempre a pouco.
     Mas agora, enquanto as semanas ainda são minhas, e enquanto as manhãs estão cheias de calma e de tempo, aproveito o silêncio da casa para estar comigo. E enquanto absorvo este sol que tanto me faz falta e observo o meu gato deitado a aproveitar o calor, percebo que enquanto eu souber dar valor aos momentos bons que a vida me proporciona, vou sempre estar de mão dada com a felicidade.
     A minha mãe ensinou-me que longe de ser um estado de espírito constante, a felicidade não é mais do que momentos que, ao longo da nossa vida, juntamos numa caixinha branca. Quantos mais momentos de felicidade, melhor. É como armazenar um stock para os dias frios e tristes; memórias quentes que nos fazem sorrir. Que nos dão força para continuar.

7 de fevereiro de 2011

ai a minha vida

Pronto, agora é que é.
Andei dois aninhos mesmo porreiros e a sentir-me mesmo bem. A sentir-me a maior. Uma rapariga mesmo esperta. E inteligente. Mesmo cool. É que soube mesmo bem.
E pronto que está o meu portfolio, eis que começo a saga "arquitecta/designer-à-procura-de-emprego". E como me tem constado, pelo andar da carruagem a coisa vai ser dura. A coisa vai ficar preta. É que não há nada melhor para destruir a auto-estima profissional de uma pessoa que enviar uma catrefada de cv's e não ver resposta a nenhum. Ou correr por umas quantas entrevistas e nada... Eu sei, que já por ali andei.
Fica por aqui a notificação: se souberem de alguma coisa, se precisarem de um projectozinho catita para a vossa casa, se algum amigo vosso precisar de colaboradores - Hellooooo! Pick me!
Vou juntar as maozinhas agora, em sinal de oração.

6 de fevereiro de 2011

é a minha vez de escrever um elogio ao amor

     Desde que comecei a prestar atenção - e faço-o desde cedo - que ouço as maiores injustiças ao amor. 
     Que é difícil. Que é lixado. Que dói. Que não vale a pena. Que é fodido. Que dá trabalho. Que não é fácil (pode parecer, mas não é o mesmo que dizer-se que é difícil). Que não se encontra. Que já não existe.
     É com grande alegria que afirmo, grito se preciso for, que não só é injusto, como é absolutamente falso. E seja porque estou na fase do "digo o que tenho a dizer, custe o que custar" ou porque tenho a sorte de ter por perto pessoas que valorizam a verdade acima de todas as coisas, seja pelo que for... decidi escrever um elogio ao amor. O meu elogio ao amor. 
     Não sei quem é que anda por aí a ler-me, mas pode ser que, além de contribuir para a minha terapia pessoal, ajude e dê que pensar a quem, seja porque razão for, acha que o amor é um impropério.
     O amor é fácil. O amor acontece. Surge quando menos se espera. É bom. Como disse um dia alguém, o amor é. E isso chega.
     Parem lá com as psicoses. Com os medos e com os traumas. Parem de procurar os caminhos mais fáceis. Deixem de lado o programado. Aceitem o amor como ele é; imprevisto. Aceitem-no. Nós é que fazemos do amor difícil. Lixado. Doloroso. Indigno. Fodido. Trabalhoso. É que fazer dele isto tudo, significa que deixa de ser amor e passa a ser uma série de coisas desprezíveis.
     No dia em que cada um de nós deixar o amor pura e simplesmente ser, ele é. E aí somos mais felizes. Garanto, porque já vi acontecer.
     E é por isso que eu acredito. E é por isso que eu espero. 


“O amor é o nosso estado natural quando não optamos pela dor, pelo medo ou pela culpa.”
Willis Harman e Howard Rheingold

4 de fevereiro de 2011

Lado Lunar

(Para a M.)     

     Ou, no meu caso, um grande mau feitio. O meu lado lunar é esse. E toda a vida ouvi queixarem-se dele. Toda a vida foi mencionado, e não como característica; como defeito. E agora que caminho já para os vinte e oito, que me vejo e me aceito como sou, agora percebo que o meu lado lunar é das melhores coisinhas que para aqui andam.
     Lamento se não concordo com a população geral que compõe a minha família e amigos. Lamento se acham que deveria fazer um esforço para que ele aqui não estivesse. Porque quanto mais vivo, quanto mais aprendo, mais me apercebo que o meu mau feitio é das coisas que gosto mais. E este tempo todo da minha vida adulta em que fiz um esforço (sobre)humano para o amansar, para o polir, para o eliminar, foi dos maiores erros da dita vida. Porque enquanto eu trabalhava esse meu lado, enquanto eu parava e pensava “tem calma, não reajas, não deixes o mau feitio reagir por ti”, aí, nesses momentos, foi quando eu deixei que me passassem por cima. Foi nesses momentos em que, por pudor e receio, me contive. E não disse o que pensava. E não travei a tempo quem, por justa medida, deveria ser travado.
     Pior; ao travar a minha energia, ao lutar contra a minha natureza, parei e assisti impávida a diversos impropérios dignos de um dos melhores ataques que o mau feitio proporciona. E porque fui contra ela, engoli o meu orgulho e travei batalhas silenciosas em mim durante semanas, que em cinco minutos teriam ficado resolvidas. E travar batalhas internas dessa espécie é coisa que não traz bem a ninguém.
     E neste mundinho difícil, onde muitos não olham a meios para atingir os fins e não parecem importar-se com o próximo, parece-me que essa etiqueta colada a mim é o menor dos meus problemas, se graças a ela evitar o mau-estar que me causam determinadas situações. Por isso, para certas alturas, adoro o meu mau feitio. E para as outras também.
     Venho assim por este meio dizer à minha população que desculpe qualquer coisinha nos próximos tempos. Andei muitos anos a limar o lado errado; agora vou ter que deixá-lo à solta a rugir. É só o tempo de aprender a domá-lo da forma certa; muito diferente do que tenho feito até agora. Deixem que me salte a tampa. Dificilmente será contra quem me ama.