8 de dezembro de 2007

a magia do natal

(ou não, ou não)

se no natal a máxima é oferecer a quem mais gostamos, porque é que quando olho à minha volta vejo pessoas a darem a quem não gostam, só porque é-da-nossa-família, ou tem-que-ser-senão-parece-mal ?


mais...


se a ideia é que seja surpresa, porque é que assisto a telefonemas do género olá-o-que-é-que-precisas ou olá-o-que-é-que-queres-de-prenda-de-natal ?


qual é a graça ou o prazer que se tira disto?


1. gasta-se dinheiro a dar prendas a quem não gostamos.
quando o dinheirinho faz tanta falta e no fim chega-se a dia 26 sem aquilo que realmente queríamos e sem dinheiro para o comprar.


2. se é uma prenda, então assume-se que é surpresa.
daí a ideia do papel de embrulho, que concluo então ser um autêntico desperdício de papel e de árvores, uma vez que já nem está ali para o principal efeito.


3. no fim desta palhaçada toda, o natal, que deveria despertar em nós os bons sentimentos por aqueles que precisam e por todos aqueles que adoramos, desperta afinal stress (nas compras, com o shopping a abarrotar), mau feitio (ao vermos o ordenado e o subsídio a desaparecer ao segundo sem que consigamos gastá-los numa viagem, ou num qualquer objecto que realmente queiramos ou que nos faz realmente falta). e, o melhor de tudo, desperta-nos o cinismo e a raiva (porque realmente dar a quem não gostamos não nos poderia despertar outra coisa, e além disso, ao fim de cinco natais seguidos nisto, não somos felizes e temos uma ulcera no estômago).



no fim disto tudo, pergunto-me se isto só se passa à minha volta, ou se existe mais alguém por aí que também assista a isto (espero que sim, senão além de me sentir muito só, serei forçada a concluir que a minha família é ainda mais disfuncional que o que eu pensei - e isso faria muito mal, ao meu natal).


e agora vão-me desculpar, mas tenho compras para fazer...

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