Porque só quem caminha com os nossos sapatos é que sabe. Porque não há nada melhor que caminhar descalça.
31 de dezembro de 2008
25 de dezembro de 2008
scratches
Obrigada pelos gestos e pelas acções.
Obrigada pelas palavras; elas não foram justas, foram duras, foram intolerantes. Mas a mensagem - não a que tu querias - foi entregue.
Obrigada por fazeres de mim mais humana, por mais uma marca, uma cicatriz.
Obrigada pela lição; passava sem ela, mas passar pela vida é receber lições como esta.
Que seja tua, outra lição.
Don't even think about reachin' me
I won't be home
Don't even think about stoppin' by
Don't think of me at all
I did, what I had to do
If there was a reason, it was you...
Don't even think about gettin' inside
Voices in my head, voices
I got scratches, all over my arms
One for each day, since I fell apart
I did, what I had to do
If there was a reason, it was you...
Obrigada pelas palavras; elas não foram justas, foram duras, foram intolerantes. Mas a mensagem - não a que tu querias - foi entregue.
Obrigada por fazeres de mim mais humana, por mais uma marca, uma cicatriz.
Obrigada pela lição; passava sem ela, mas passar pela vida é receber lições como esta.
Que seja tua, outra lição.
Don't even think about reachin' me
I won't be home
Don't even think about stoppin' by
Don't think of me at all
I did, what I had to do
If there was a reason, it was you...
Don't even think about gettin' inside
Voices in my head, voices
I got scratches, all over my arms
One for each day, since I fell apart
I did, what I had to do
If there was a reason, it was you...
20-21.12
I admit it...what's to say...yeah...
I just hope you're on a better place
Where peace really exists
Where thoughts can fly like yellow birds
And land wherever they wish
I just hope that you can really see me
And guide my way through the march
Cause it's so hard to live with all this memories
And no support from your arms
Come and take me
18 strings
28 de novembro de 2008
low light
Low light
Eye sight, low light
I need the light
I'll find my way from wrong, what's real?
P.J.
Eye sight, low light
I need the light
I'll find my way from wrong, what's real?
P.J.
19 de novembro de 2008
to think
nos dias que correm em que não tenho tempo para dormir quanto mais para pensar, ocorreu-me que as grandes mentes pensadoras da nossa história enquanto seres humanos, esses senhores magnificamente filósofos e pensadores... não deviam ter nada para fazer. e portanto pensaram. e pensaram bem.
resta saber porque é que, com tanto tempo livre que tive, não fui capaz de pensar assim. mas isso é assunto para outro post, num dia em que eu tenha tempo para pensar.
resta saber porque é que, com tanto tempo livre que tive, não fui capaz de pensar assim. mas isso é assunto para outro post, num dia em que eu tenha tempo para pensar.
10 de novembro de 2008
opa....
Joanas longe do Fonseca amador
Longe do som de uma canção
Longe do casino abrasador
Mas junto ao meu coração!
by: alecrim aos molhos
Longe do som de uma canção
Longe do casino abrasador
Mas junto ao meu coração!
by: alecrim aos molhos
1 de novembro de 2008
You Call It Hallowe'en... We Call It Samhain
Samhain, o Último Dia do Calendário Celta
É a passagem do tempo, num ponto em que a roda completou o seu ciclo, em que o fim e o começo se interligam. Nesta data relembram-se com amor @s antepassados e as pessoas queridas que já não estão entre nós.
a.k.a. Dia de Todos os Santos * Festa dos Mortos * Halloween
Enquanto os Celtas comemoravam a passagem de mais um ano, os Cristãos, numa gigantesca tentativa de destruição não de uma religião, mas de todo um espírito, substituíram, no seu calendário, este dia mágico pelo Dia de Todos os Mortos, como eu mais gosto de lhe chamar. Foi a forma mais eficaz de eliminar as crenças da religião da Deusa; proibindo a sua comemoração, e criando no seu lugar novas datas e, acima de tudo, novos mitos e difamações. Assim nasceu o Dia das Bruxas. Sendo que Bruxas (e Magos) eram todos os seguidores da Antiga Fé. Perseguidos, marginalizados e queimados nas fogueiras, durante séculos viveram escondidos.
Neste dia tão especial, mando um grande beijinho às bruxinhas da minha vida...
É a passagem do tempo, num ponto em que a roda completou o seu ciclo, em que o fim e o começo se interligam. Nesta data relembram-se com amor @s antepassados e as pessoas queridas que já não estão entre nós.
a.k.a. Dia de Todos os Santos * Festa dos Mortos * Halloween
Enquanto os Celtas comemoravam a passagem de mais um ano, os Cristãos, numa gigantesca tentativa de destruição não de uma religião, mas de todo um espírito, substituíram, no seu calendário, este dia mágico pelo Dia de Todos os Mortos, como eu mais gosto de lhe chamar. Foi a forma mais eficaz de eliminar as crenças da religião da Deusa; proibindo a sua comemoração, e criando no seu lugar novas datas e, acima de tudo, novos mitos e difamações. Assim nasceu o Dia das Bruxas. Sendo que Bruxas (e Magos) eram todos os seguidores da Antiga Fé. Perseguidos, marginalizados e queimados nas fogueiras, durante séculos viveram escondidos.
Neste dia tão especial, mando um grande beijinho às bruxinhas da minha vida...
28 de outubro de 2008
o que é bom...
acaba depressa!
é incrível o poder que algumas pessoas têm.
aqui ficam imagens de alguns momentos... para a posteridade.
é incrível o poder que algumas pessoas têm.
aqui ficam imagens de alguns momentos... para a posteridade.
23 de outubro de 2008
Carta ao Senhor Engenheiro
Recebi este texto por email. Não sei quem o escreveu, mas resolvi que teria mais sentido colá-lo aqui, do que entupir a caixa de email dos meus amigos. Quem vem aqui, vem para ler. Se quiser, lê. Senão, não faz mal; porque só lê quem quer.
"Engº José Sócrates,
Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.
Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe fazbem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).
Gostaria de começar por lhe falar do "Magalhães". Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.
O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologiados factos associados ao projecto "Magalhães":
- No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: oportátil Magalhães.
- No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o "Magalhães" é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o "Magalhães".
- No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros "Magalhães" na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.
- No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um "Magalhães" debaixo do braço.
Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do Magalhães". Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.
Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.
Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!
Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.
Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professorde português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.
Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é "obstinado", como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado adisciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!
Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.
Mas, por falar em Velho do Restelo...
... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.
Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inêsde Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.
Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja queperfeita e inequívoca imagem eles compõem:
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)"
Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?
Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.
Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por "alegado teor pornográfico" e o de Inês deCastro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade".
Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápix" azul?
E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?
Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.
Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.
Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho deque ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.
Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência erigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.
A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico.
Traumatizados? Huuummm... não me parece.
Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.
Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder coma sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...
Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?
E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.
Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala,tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas "os meus sentidos pêsames".
Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas , alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.
Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...
Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir "senhor engenheiro para cá", "senhor engenheiro para lá". É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.
Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.
Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.
"A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? "
Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,
Uma mãe preocupada"
"Engº José Sócrates,
Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado.
Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe fazbem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia).
Gostaria de começar por lhe falar do "Magalhães". Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.
O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologiados factos associados ao projecto "Magalhães":
- No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: oportátil Magalhães.
- No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o "Magalhães" é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o "Magalhães".
- No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros "Magalhães" na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis.
- No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um "Magalhães" debaixo do braço.
Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do Magalhães". Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma.
Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora.
Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum. Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus! Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!
Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.
Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professorde português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via. Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados.
Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é "obstinado", como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado adisciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro!
Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade.
Mas, por falar em Velho do Restelo...
... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar.
Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inêsde Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.
Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja queperfeita e inequívoca imagem eles compõem:
"Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano d'alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito (...)"
Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos?
Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la.
Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por "alegado teor pornográfico" e o de Inês deCastro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade".
Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápix" azul?
E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor?
Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá.
Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.
Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho deque ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo.
Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência erigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel.
A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico.
Traumatizados? Huuummm... não me parece.
Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.
Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí. Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder coma sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente...
Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer?
E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida.
Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala,tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal é apenas "os meus sentidos pêsames".
Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas , alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades.
Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah...espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos...
Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir "senhor engenheiro para cá", "senhor engenheiro para lá". É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma.
Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.
Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso.
"A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? "
Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,
Uma mãe preocupada"
17 de outubro de 2008
13 de outubro de 2008
Cozinhados desta Vida
Não sou de plágios, e raramente me dou bem com eles. Mas há momentos da vida em que temos mesmo que parafrasear as sábias palavras daqueles que, como nós, escrevem a alma e escrevem-se bem.
Assim, deixo-vos aqui um post de um dos meus blogs-de-cabeceira. Chama-se culinária da vida, e a Paulinha escreve como cozinha. Muito bem. Não, não a conheço pessoalmente. Mas isto de lermos blogs e palavras alheias tem aquela vantagem: sentimos que os conhecemos um bocadinho.
Ora leiam a Paulinha, e leiam-me a mim também, porque com ela me identifiquei:
O Segredo... da culinária
Muito cedo descobri que o segredo da culinária é simples: cozinhar com amor. Por que é que a comida da mãe sabe sempre tão bem? Porque é feita com amor. Por que é que quando fazemos um jantar romântico o prato fica uma delícia? Porque é feito com amor. Por que é que as jantaradas com amigos, mesmo aquelas em que se tem de cozinhar para 20, saem sempre bem? Porque é feito com amor.Na minha cozinha cozinhou-se durante algum tempo sem sentimento. Um género de fast food à pressão, em que o que interessava era despachar e enganar o estomâgo repetidamente. Não que eu seja uma cozinheira fria, mas às vezes sermos demasiado racionais e ponderados tem destas coisas. No entanto, os meus tachos trocaram-me as voltas e dei por mim a querer usar os meus temperos sem pensar muito. Deitar uma pitada de sentimentos no meu espaço gourmet e cozinhar com o coração. Se vou ser bem sucedida não sei. Mas a minha mão para a cozinha nunca esteve tão doce como agora.
Cozinhado por Paulinha em 12:12
@ http://culinariadavida.blogspot.com/
Hoje à noite fico em casa. Em banho-maria.
Assim, deixo-vos aqui um post de um dos meus blogs-de-cabeceira. Chama-se culinária da vida, e a Paulinha escreve como cozinha. Muito bem. Não, não a conheço pessoalmente. Mas isto de lermos blogs e palavras alheias tem aquela vantagem: sentimos que os conhecemos um bocadinho.
Ora leiam a Paulinha, e leiam-me a mim também, porque com ela me identifiquei:
O Segredo... da culinária
Muito cedo descobri que o segredo da culinária é simples: cozinhar com amor. Por que é que a comida da mãe sabe sempre tão bem? Porque é feita com amor. Por que é que quando fazemos um jantar romântico o prato fica uma delícia? Porque é feito com amor. Por que é que as jantaradas com amigos, mesmo aquelas em que se tem de cozinhar para 20, saem sempre bem? Porque é feito com amor.Na minha cozinha cozinhou-se durante algum tempo sem sentimento. Um género de fast food à pressão, em que o que interessava era despachar e enganar o estomâgo repetidamente. Não que eu seja uma cozinheira fria, mas às vezes sermos demasiado racionais e ponderados tem destas coisas. No entanto, os meus tachos trocaram-me as voltas e dei por mim a querer usar os meus temperos sem pensar muito. Deitar uma pitada de sentimentos no meu espaço gourmet e cozinhar com o coração. Se vou ser bem sucedida não sei. Mas a minha mão para a cozinha nunca esteve tão doce como agora.
Cozinhado por Paulinha em 12:12
@ http://culinariadavida.blogspot.com/
Hoje à noite fico em casa. Em banho-maria.
11 de outubro de 2008
my heart hurts
my heart hurts
not because you don't love me
and not because i love you
my heart hurts
not because you love me
and not because i don't love you
my heart hurts
probably because of the idea that i will be alone for the next days
because i know that i will be alone for the next weeks
my heart hurts because i know i am alone
my heart hurts
because loneliness is too hard to find
and when you finally do, it’s too hard to loose
10 de outubro de 2008
a little poem
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade
9 de outubro de 2008
ISTO é o que se quer ouvir...
I've got a mind that can steer me to your house
And a heart that can bring you red flowers
My intentions are good and earnest and true
But under my hood is internal combustion
(...)
cake
7 de outubro de 2008
Hoje ouvi uma coisa tão engraçada! Enquanto
estavámos, a Ju e eu, sentadas na mesa da sala
a trabalhar...
A Ju disse assim:
- Gosto tanto desta mãozinha aqui no coiso!...
(aka computador/rato)
Dá para fazeres festinhas em África!
(A Ju é doutora em Política Social)
Agora tou a fazer festinhas em Moçambique!
(cara de mimo)
Esta miuda é um doce!
estavámos, a Ju e eu, sentadas na mesa da sala
a trabalhar...
A Ju disse assim:
- Gosto tanto desta mãozinha aqui no coiso!...
(aka computador/rato)
Dá para fazeres festinhas em África!
(A Ju é doutora em Política Social)
Agora tou a fazer festinhas em Moçambique!
(cara de mimo)
Esta miuda é um doce!
1 de outubro de 2008
30 de setembro de 2008
O Martim É Que Sabe
Recebi um email que consiste basicamente
(partindo do pressuposto que isto é verdade)
num mini-questionário feito a crianças entre
os 6 e os 10 anos.
Na pergunta
O que fazem duas pessoas no
primeiro encontro?
diz o Martim, 10 anos (tão jovem e tão sábio):
"No primeiro encontro, contam-se mentiras
interessantes para conseguir um segundo encontro."
Pronto... anos e anos resumidos a isto...
(partindo do pressuposto que isto é verdade)
num mini-questionário feito a crianças entre
os 6 e os 10 anos.
Na pergunta
O que fazem duas pessoas no
primeiro encontro?
diz o Martim, 10 anos (tão jovem e tão sábio):
"No primeiro encontro, contam-se mentiras
interessantes para conseguir um segundo encontro."
Pronto... anos e anos resumidos a isto...
21 de setembro de 2008
19 de setembro de 2008
18 de setembro de 2008
(sem título)
Descobri que não somos nem boas, nem más pessoas...
Temos a capacidade de sermos o vilão na história de uma pessoa, e o perfeito herói na história de outra.
Eu sei que na tua história fui o vilão, sei que o papel de herói será de outro. Sem mágoa, agora não conseguiria ser o herói de ninguém. Nem quero...
Quero apenas que te lembres que os heróis também têm o seu lado lunar. E neste momento eu vivo no meu.
Temos a capacidade de sermos o vilão na história de uma pessoa, e o perfeito herói na história de outra.
Eu sei que na tua história fui o vilão, sei que o papel de herói será de outro. Sem mágoa, agora não conseguiria ser o herói de ninguém. Nem quero...
Quero apenas que te lembres que os heróis também têm o seu lado lunar. E neste momento eu vivo no meu.
17 de setembro de 2008
O Amor Nos Tempos de Cólera
Encara o amor como um estado de graça, não como um meio para nada, mas como alfa e ómega. Um fim em si mesmo.
Após 53 anos, 7 meses, 11 dias e noites, o meu coração estava por fim satisfeito, e descobri, para minha alegria, que é a vida, e não a morte, que não tem limites.
Florentino Ariza
São pessoas como o Gabriel García Márquez
que me abrem os olhos...
Deviam existir em versão pocket,
para andarem sempre comigo,
e me sussurrarem ao ouvido.
16 de setembro de 2008
Saw the world turning in my sheets and once again I cannot sleep.
Walk out the door and up the street; look at the stars beneath my feet.
Remember rights that I did wrong, so here I go.
Hello, hello. There is no place I cannot go.
My mind is muddy but my heart is heavy. Does it show?
I lose the track that loses me, so here I go.
And so I sent some men to fight, and one came back at dead of night.
Said he'd seen my enemy. Said he looked just like me,
So I set out to cut myself and here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak.
Don't buy the promises 'cause, there are no promises I keep.
And my reflection troubles me, so here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake,
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
J.B.
15 de setembro de 2008
Gente Grande
Temos a mania de que quando crescermos é que é. Aquela história do "o que quero ser quando for grande" sempre me cheirou a esturro. Agora já sei porquê... Querer ser quando crescer é não ser nada enquanto isso não acontece. E enquanto isso não acontece vamos sendo tanta coisa, que quando crescemos queremos mesmo é voltar atrás e dar mais valor o que éramos quando achavámos que não éramos coisa nenhuma.
Crescemos e complicamos tudo, até o incomplicável (esta palavra existe?). Sorrimos menos e perdemos a espontaneidade. Somos grandes e se calhar nem somos grandes coisas.
Quero voltar a não saber quase nada. Quero ver as ovelhas dentro das caixas. Quero ser o Peter Pan (ou a Wendy). Quero que seja tudo tão simples que tinha que se inventar... Tocar nas mãos sem ter medo de sentir. Beijo na boca sem medo de sofrer. Quero falar sem pensar duas vezes e fazer sem pensar três. Quero a simplicidade dos dias e das noites. Quero as paixões platónicas e os amores de verão. Quero os sorrisos e as gargalhadas constantes.
Quando for grande quero ser uma criança. As pessoas crescidas não têm graça nenhuma.
Antoine de Saint-Exupéry
14 de setembro de 2008
ao que me transcende
vou continuar assim porque assim sou feliz. não vou apaixonar-me mais do que estou apaixonada por mim e pela vida. vou afastar-me deste muro que não me deixa ver tudo, que me agarra as imagens à retina. a perspectiva é melhor. e a distância também.
amo muito de mim... e passo pela vida, passei por ela e passei por muito. e não me vou esquecer que estou grata a muita gente e muita coisa que me transcende. porque no fim tem acabado sempre tudo bem.
e se há quem não goste e quem não queira... há o oposto. e às vezes isso tem que ser suficiente. e é.
e neste momento eu gosto e eu quero. quero-vos a todos assim aqui ao pé de mim. sinto-me em casa, vocês são o meu ninho, o meu porto seguro. mas também eu sou isso tudo para mim.
e não há quem me tire este sorriso. porque este sorriso é uma arma.
ao que me transcende, ao que me magoa, ao que me faz feliz: constrói-se aqui uma pessoa.
12 de setembro de 2008
Estou. Sou.
Dizem-me que estou diferente. Que estou mais parva (!), mais sorridente. Que me mostro solta e feliz. E que as gargalhadas são uma constante. Dizem-me que gostam de me ver assim. E que gostam de mim. Dizem que canto mal, porque agora canto. E mal. E danço danço danço. E quero dançar mais ainda. Não sei se sou feliz mas gosto disto. Gosto de mim, gosto de mim assim. Sou minha. Estou provavelmente mais eu. Estou comigo. Estou aqui. Estou ali. Estou em ponto de rebuçado. Estou bem em qualquer lado.
10 de setembro de 2008
9 de setembro de 2008
Continuamos a ouvir dizer...
Que eles andem aí!
(e continuam a precisar de ajuda!)
AM: Os Homens querem-se Bonitos, J., com Cabelo, D., e com Barba, F.!
nem conseguiram responder....!
e que fique aqui bem assente que...
adoramos os vossos sorrisos quando não nos conseguem responder à altura! é brutal deixar-vos sem palavras!
(nãããããão.... não estão assim tão mal.... mas já não falta muito!)
8 de setembro de 2008
Obrigada por agitarem o meu mundo!
Princesas…
Por sorrir por nada
E rir por tudo.
Dançar para o mundo…
Pelas gargalhadas infinitas
E por o que há-de vir.
(Pelo que já foi!)
Pela beleza
Pela mágica
E por todas as nossas noites!
Por todas as mini-saias (!!!)
Obrigada por agitarem o meu mundo!
Vamos espalhar magiaaaaa!
Freak-ó-Fashion
É impressionante como, depois de algumas horas de profunda loucura...
(ou citando AM: Levar a lume brando um grupo de amigos em água salgada e muita areia. Adicionar ÁLCOOL q.b.)
...tudo muda! E assim foi!
Freak-ó-Fashion só há uma, esta e mais nenhuma!
E tenho dito...
(honras ao zé-dos-anzóis, pai deste re-baptismo)
Ju
Ouvi dizer que precisas de uma canção
Que faça acordar o teu mundo
Que agite o teu futuro.
Ouvi dizer que te sentes só
Que não tens alma para tanto
Que tudo te dói.
Que os risos te partem,
E os sorrisos te quebram
E que nada em ti ficou.
Deixa-me agitar o teu mundo.
4 de setembro de 2008
À Estrela
"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. (...). Mas todas essas estrelas se calam.
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.
Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
Antoine de Saint-Exupéry
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu.
Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
Antoine de Saint-Exupéry
I Am Mine
For the sorries, oh the sorries of your soul
They are the worries, are the worries of my household
I hear the wind a howlin' at my swinging door
But at your house the weather's pleasant, nothing more
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine
Oh the time is near for you to romance every boy
While I am still a learnin' how I should be coy
And you decided you would educate me
While conversing over a nice spot a tea
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine
And the flowerpots are blooming full of golds
Tiny lovely little shiny marigolds
And I suppose that I will never be exposed
To the love that blooms between those who chose
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine...
Brooke Waggoner
pine
pined, pin·ing, noun –verb (used without object)
1.to yearn deeply; suffer with longing; long painfully (often fol. by for): to pine for one's home and family.
2.to fail gradually in health or vitality from grief, regret, or longing (often fol. by away): Separated by their families, the lovers pined away.
3.Archaic. to be discontented; fret. –verb (used with object)
4.Archaic. to suffer grief or regret over. –noun
5.Archaic. painful longing.
[Origin: bef. 900; ME pinen to torture, torment, inflict pain, be in pain; OE pīnian to torture, deriv. of pīn torture (ME pine) <>
They are the worries, are the worries of my household
I hear the wind a howlin' at my swinging door
But at your house the weather's pleasant, nothing more
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine
Oh the time is near for you to romance every boy
While I am still a learnin' how I should be coy
And you decided you would educate me
While conversing over a nice spot a tea
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine
And the flowerpots are blooming full of golds
Tiny lovely little shiny marigolds
And I suppose that I will never be exposed
To the love that blooms between those who chose
I am behind, I am behind
Oh nevermind, I will not pine for I am mine...
Brooke Waggoner
pine
pined, pin·ing, noun –verb (used without object)
1.to yearn deeply; suffer with longing; long painfully (often fol. by for): to pine for one's home and family.
2.to fail gradually in health or vitality from grief, regret, or longing (often fol. by away): Separated by their families, the lovers pined away.
3.Archaic. to be discontented; fret. –verb (used with object)
4.Archaic. to suffer grief or regret over. –noun
5.Archaic. painful longing.
[Origin: bef. 900; ME pinen to torture, torment, inflict pain, be in pain; OE pīnian to torture, deriv. of pīn torture (ME pine) <>
Odeceixe
Este foi o pôr-do-sol que marcou o (re)nascimento de tanto, tanto.
Obrigada por me fazerem sentir inteira outra vez.
Obrigada por me lembrarem que estou viva.
I can be alone, yeah I can watch a sunset on my own I can be alone, yeah
Kate Nash
jsfdgiuguE
27 de agosto de 2008
Tenho pena e não respondo
Tenho pena e não respondo.
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.
Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros --- cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.
Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?
Fernando Pessoa
Mas não tenho culpa enfim
De que em mim não correspondo
Ao outro que amaste em mim.
Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros --- cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.
Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?
Fernando Pessoa
24 de agosto de 2008
22 de agosto de 2008
À Elvia, pela força das suas palavras
(...)
dizem que quando se perde tudo a primeira coisa que se perde é o medo....
obrigada.
dizem que quando se perde tudo a primeira coisa que se perde é o medo....
obrigada.
21 de agosto de 2008
I carry your heart with me
I carry your heart with me ( i carry it in
my heart). I am never without it ( anywhere
I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
I fear
no fate (for you are my fate, my sweet) I want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
I carry your heart ( I carry it in my heart)
e. e. cummings
my heart). I am never without it ( anywhere
I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
I fear
no fate (for you are my fate, my sweet) I want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
I carry your heart ( I carry it in my heart)
e. e. cummings
À Ana Marta
(porque sem ti...)
Adorei. Já fazes parte de mim.
On 21st August 08 Ana Marta wrote http://seraqueouvidizer.blogspot.com
Obrigada por todos os segundos, de todas as horas, de todos os dias, de todas as semanas, de todos os meses, destes 25 anos...
Adorei. Já fazes parte de mim.
On 21st August 08 Ana Marta wrote http://seraqueouvidizer.blogspot.com
Obrigada por todos os segundos, de todas as horas, de todos os dias, de todas as semanas, de todos os meses, destes 25 anos...
22 de abril de 2008
rita red shoes
Dream on girl, Dream on girl I want to see you sleep tonight You're up and down You hit the ground And time is drifting through your fears I can find your dreams tonight And make your lover come back home If you don't know, you are on your own I'll choose the best place for you to sleep
Come back to see the day you lost your heart And all your hopes I'll take you to see the sunrise and try to catch your ghost
Come on girl, a dream is your world The signs you see are in your mind The words that you speak are here in my ear So I can hear you falling down Take a breath to see me I can wait for you to Live a life with no hopes but If you still believe…
Come back to see the day you lost your heartAnd all your hopesI'll take you to see the sunrise and try to catch your ghostCome back to see the day you lost your heartAnd all your hopes
Come back to see the day you lost your heart And all your hopes I'll take you to see the sunrise and try to catch your ghost
Come on girl, a dream is your world The signs you see are in your mind The words that you speak are here in my ear So I can hear you falling down Take a breath to see me I can wait for you to Live a life with no hopes but If you still believe…
Come back to see the day you lost your heartAnd all your hopesI'll take you to see the sunrise and try to catch your ghostCome back to see the day you lost your heartAnd all your hopes
18 de abril de 2008
friday morning
o novelo de lã enrolava-se aos seus pés enquanto tricotava
ansiosamente apenas para ouvir o bater das agulhas uma
na outra...
era quase uma musica... era o bater do coração dela...
by: Jo and Kabuki
ansiosamente apenas para ouvir o bater das agulhas uma
na outra...
era quase uma musica... era o bater do coração dela...
by: Jo and Kabuki
14 de abril de 2008
I
está sol lá fora
mas sinto a tempestade no seu auge
não reconheço chuva em mim, não estou habituada a ela
somos estranhas, não nos gostamos, ela está desconfortável
não quero viver assim, quero distância disto.
quero sair de mim, quero fugir, não gosto do que sinto.
não sinto o que gostava...
(isto dói demais...)
mas sinto a tempestade no seu auge
não reconheço chuva em mim, não estou habituada a ela
somos estranhas, não nos gostamos, ela está desconfortável
não quero viver assim, quero distância disto.
quero sair de mim, quero fugir, não gosto do que sinto.
não sinto o que gostava...
(isto dói demais...)
20 de março de 2008
(sem título)
shhhhhhhhhhh
Sshhh...
senta-te aqui ao pé de mim
não ouves?
não?
mas ouve-se tão bem...!
o silêncio da minha alma.
shhhhhhhhhhh
Sshhh...
senta-te aqui ao pé de mim
não ouves?
não?
mas ouve-se tão bem...!
o silêncio da minha alma.
shhhhhhhhhhh
22 de fevereiro de 2008
friday afternoon
oh chuva..
cai baixinho e sussurra-te ao ouvido...
fala-te de sítios que só conheces dos livros...
e fechas os olhos e retornas às páginas nostálgicas onde
diversas vezes passaste os dedos para sentir a textura desses sítios...
o sabor ainda te arde na boca...
as lágrimas ainda te queimam os olhos
e tudo retorna aquele lugar.. àquele onde não queres estar mas sentes-te sempre em casa, a incongruência do teu sentir.. teu..
àquele em que te sentes tu
não! pára...
as páginas continuam a serem folheadas.. não pela tua mão.. mas num sítio teu..
as páginas continuam a arranhar-te os dedos...
os dedos entranham-se nas páginas.. páginas e dedos, folha a folha complementam-se e tornam-se
parte de ti. choras pelo que tens e lamentas o que não tens. sabes que
mais cedo ou mais tarde tudo se inverte quando deixares de olhar para as páginas.. mas elas aquecem-te..
aninhas-te nelas e não queres voltar para...
não queres voltar ao chão de algodão que se aninha aos teus pés cada vez que acordas.. não queres a insuportável segurança, a irritante rotina, a linha de comboio...
não queres ser tu porque te sentes além de ti
a incongruência de sentimentos revoltos num turbilhão começa a fervilhar...
sentes raiva e não sabes de onde vem
ao mesmo tempo apetece-te sorrir e não sabes porquê
e, parada à chuva, apercebeste que viajaste, agarrada a um livro
abres o guarda-chuva. e caminhas pela rua sem evitar as poças de água que suavemente te salpicam as pernas
estás encharcada mas não sentes o frio. e sorris...
cai baixinho e sussurra-te ao ouvido...
fala-te de sítios que só conheces dos livros...
e fechas os olhos e retornas às páginas nostálgicas onde
diversas vezes passaste os dedos para sentir a textura desses sítios...
o sabor ainda te arde na boca...
as lágrimas ainda te queimam os olhos
e tudo retorna aquele lugar.. àquele onde não queres estar mas sentes-te sempre em casa, a incongruência do teu sentir.. teu..
àquele em que te sentes tu
não! pára...
as páginas continuam a serem folheadas.. não pela tua mão.. mas num sítio teu..
as páginas continuam a arranhar-te os dedos...
os dedos entranham-se nas páginas.. páginas e dedos, folha a folha complementam-se e tornam-se
parte de ti. choras pelo que tens e lamentas o que não tens. sabes que
mais cedo ou mais tarde tudo se inverte quando deixares de olhar para as páginas.. mas elas aquecem-te..
aninhas-te nelas e não queres voltar para...
não queres voltar ao chão de algodão que se aninha aos teus pés cada vez que acordas.. não queres a insuportável segurança, a irritante rotina, a linha de comboio...
não queres ser tu porque te sentes além de ti
a incongruência de sentimentos revoltos num turbilhão começa a fervilhar...
sentes raiva e não sabes de onde vem
ao mesmo tempo apetece-te sorrir e não sabes porquê
e, parada à chuva, apercebeste que viajaste, agarrada a um livro
abres o guarda-chuva. e caminhas pela rua sem evitar as poças de água que suavemente te salpicam as pernas
estás encharcada mas não sentes o frio. e sorris...
by: Jo and Kabuki
4 de fevereiro de 2008
18 de janeiro de 2008
EcoDesign
SHOPPING BAG
by susan bijl
from the netherland
first presented at the
designboom mart in
new york 2006, the
'new shopping bag'
success lies in its simplicity and its functionality. the bags are
entirely made of coated nylon, (the fabric used in shippingsails
and kites) they are light, water repellent and super strong.
@ designboom ponto com
16 de janeiro de 2008
4 de janeiro de 2008
sombras iluminadas
quero os dias nossos
quero caminhar pelos trilhos das manhãs e descobrir que não há mais nada além de ti
percorrer as estradas com luas e fios de estrelas e perder-me nesses instantes
em que o tempo passa por nós imperceptível
andar contigo de mãos dadas como se as mãos fossem tudo o que existe
e o coração ficasse retido nelas
quero ver o ouro submerso nos teus olhos
delinear-te as formas e conseguir desenhá-las de olhos fechados
sentir o teu hálito no meu rosto
e ficar assim
regressar pelos teus braços ao infinito de coisa nenhuma
sentir que estou presa a ti e a ti regresso
ao azul que és tu
quero caminhar pelos trilhos das manhãs e descobrir que não há mais nada além de ti
percorrer as estradas com luas e fios de estrelas e perder-me nesses instantes
em que o tempo passa por nós imperceptível
andar contigo de mãos dadas como se as mãos fossem tudo o que existe
e o coração ficasse retido nelas
quero ver o ouro submerso nos teus olhos
delinear-te as formas e conseguir desenhá-las de olhos fechados
sentir o teu hálito no meu rosto
e ficar assim
regressar pelos teus braços ao infinito de coisa nenhuma
sentir que estou presa a ti e a ti regresso
ao azul que és tu
1 de janeiro de 2008
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